Marcelino Macome foi reconduzido, na semana passada, ao cargo de presidente do Comité Olímpico de Moçambique (COM). No pleito eleitoral, que decorreu num meio de puro secretismo, o líder da única lista candidata foi reeleito para um terceiro mandato por unanimidade, com 16 votos.
Num ambiente reservado, com uma imprensa escolhida “a dedo” e, diga-se, de acordo com a afinidade dos organizadores do pleito eleitoral, sem o devido anúncio nos órgãos de comunicação social como é apanágio daquela instituição quando realiza os seus eventos, as actividades arrancaram com a reprovação da lista “B”, liderada pelo economista Armando Jeque. A mesma tinha como membros algumas personalidades ligadas ao desporto moçambicano, como é o caso de Ilídio Caifaz, antigo atleta de basquetebol e ex-dirigente da federação daquela modalidade e Omar Omar, antigo judoca e secretário-geral da Federação Moçambicana de Judo, recentemente suspenso das suas funções por alegado desvio de fundos.
Segundo a explicação de Eugénio Chongo, presidente do Conselho Nacional do Desporto, entidade que conduziu as eleições, a lista rejeitada estava abarrotada de irregularidades, que partem da falta de suporte de uma federação desportiva até à integração de indivíduos que não podem, até o momento, exercer qualquer actividade administrativa no ramo desportivo, como é o caso de Omar Omar. Este cenário, segundo contam alguns presentes, indignou os visados que optaram por abandonar imediatamente a sala.
Havendo uma única lista concorrente, encabeçada por Marcelino Macome e com rostos já conhecidos da “casa” ou seja, da continuidade, coube às onze federações olímpicas presentes, tendo faltado a de vela e canoagem, formalizar a reeleição por concordância. Aliás, algo estranho na votação, ainda que tenha o suporte no próprio regulamento interno, foi o facto de os cinco membros da direcção, únicos candidatos pela lista “A”, terem direito a voto.
Como projectos de governação para o próximo ciclo olímpico (2013/2016), Marcelino Macome sonha, em tempo recorde, erguer o maior centro olímpico do continente africano, bem como garantir uma preparação específica aos atletas moçambicanos para os Jogos Olímpicos de 2016, agendados para a cidade do Rio de Janeiro, no Brasil.
Comité Olímpico investe no sector imobiliário
Arrancaram, no passado mês de Março, na cidade de Maputo, as obras de construção do novo edifício-sede do Comité Olímpico de Moçambique. Segundo o presidente reeleito do COM, o mesmo visa melhorar as condições de trabalho e de preparação dos atletas nacionais, de diferentes modalidades, para as competições olímpicas e não só.
O invejável edifício de 15 andares irá comportar escritórios para o funcionamento daquela instituição, centros de estágios e de treino para os atletas, como também uma zona comercial para a sustentabilidade do COM. Não foram revelados os valores envolvidos na construção.
O elenco directivo eleito
Presidente: Marcelino Macome
Vice-presidente: João Carlos da Conceição
2º Vice-presidente: Ludovina de Oliveira
3º Vice-presidente: Por indicar pelo Ministério da Juventude e Desportos
Secretário-geral: Aníbal Manave
Tesoureiro: António Maria da Conceição Vogais: Palmira Pedro Francisco, Luís Santos, Camilo Antão, Valige Tauabo, Odete Simião e Francisco Mabjaia
Academia Olímpica: Carla Massunda
Membro honorário: Maria de Lurdes Mutola