Os eleitores da Renânia do Norte-Wesfália, a terra mais povoada da Alemanha, elegem este domingo seus parlamentares em uma votação que poderá ter consequências nacionais para a chanceler Angela Merkel, depois da aprovação de um plano muito impopular de ajuda à Grécia.
O partido conservador da chanceler alemã teme sofrer uma derrota nesta eleição devido ao descontentamento de seus eleitores com a ajuda à Grécia. Segundo uma pesquisa YouGov divulgada no sábado pelo jornal Bild, 21% dos eleitores consideram que o apoio alemão terá uma influência na votação de domingo na Renânia do Norte-Westfália (NRW, oeste).
A chanceler conservadora foi acusada de ter adiado o socorro à Grécia com a esperança de evitar a sua adoção antes desta eleição para satisfazer cidadãos que não apoiam a solidariedade com a Grécia. Merkel teve de aceitar ajudar Atenas diante dos riscos da crise grega para a zona do euro e para que este país possa pagar suas dívidas no dia 19 de maio.
Na sexta-feira, o Parlamento alemão aprovou assim a concessão de mais de 22 bilhões de euros durante três anos, a maior contribuição para os 80 bilhões em créditos bilaterais dos sócios europeus à Grécia. A eleição no Estado regional NRW, o mais populoso da Alemanha, com 18 milhões de habitantes, é a primeira desde que a coalizão de centro-direita liderada por Merkel chegou ao poder em Berlim no mês de outubro de 2009.
Os resultados desta eleição podem fazer com que a formação de Merkel perca a sua maioria na Bundesrat, a câmara alta do Parlamento dos Representantes dos Estados, e complicarão assim a tarefa da chanceler de aprovar as grandes reformas prometidas antes das eleições de 2009, em temas como saúde e impostos. Consciente desta conjuntura, Merkel entrou de cabeça na campanha eleitoral, participando de nada menos que 15 atos públicos, sem contar com suas várias declarações à imprensa para explicar os fundamentos da ajuda à Grécia.
Para domingo, a maioria das pesquisas indica uma disputa acirrada entre a direita e a esquerda, o que torna possível diversas alianças políticas. Há meses, circulam especulações sobre uma coalizão dos conservadores com os Verdes, assim como ocorre em Hamburgo (norte).