Os sudaneses comparecem às urnas nesta segunda-feira para eleições presidenciais e legislativas boicotadas pela oposição, com Omar al-Bashir, acusado de crimes de guerra, como favorito para renovar o mandato. Os outros 15 candidatos, quase desconhecidos, não representam uma verdadeira ameaça para o homem que preside o Sudão, um país imerso em múltiplos conflitos há 25 anos. A votação acontecerá durante três dias em 7.100 secções eleitorais.
Além do boicote da oposição, as eleições foram muito criticadas pela comunidade internacional. A campanha eleitoral, que terminou na sexta-feira, foi praticamente inexistente.
Bashir prometeu “segurança e estabilidade política e económica” durante o novo mandato de cinco anos, mas a tarefa será difícil em um país praticamente isolado e sob embargo americano desde 1997 pelas acusações de violações dos direitos humanos e de vínculos com o terrorismo.
As eleições são as segundas boicotadas pela oposição desde que Bashir assumiu o poder em 1989 com um golpe de Estado.
O NCP, partido do presidente, e dos seus aliados controlam o Estado. Dissidentes e imprensa são alvos de repressão.
Com o governo de Bashir, a economia sudanesa registou altos e baixos, mas sofre desde a separação do Sudão do Sul em 2011, que fez o país perder quase 75% dos recursos petrolíferos.
A União Europeia afirmou na semana passada que as eleições “não podem oferecer um resultado confiável e legítimo”.
Quase 13,3 milhões de eleitores de uma população de 38 milhões estão registados para comparecer às urnas