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Combates na Síria matam 32 pessoas e os sauditas vêem o plano de paz em crise

Os combates na Síria mataram pelo menos 32 pessoas, esta Segunda-feira, disseram os activistas, enquanto a Arábia Saudita avaliou que a persistência da violência está a retalhar a credibilidade dum plano de paz internacional para o país.

Longe dos campos de batalha, a busca por uma alternativa viável ao regime do presidente Bashar al-Assad sofreu um baque com o anúncio de que uma frente oposicionista no exílio irá boicotar as reuniões promovidas por países árabes com o objectivo de unificar o fraccionado movimento anti-governo.

A violência agora parece focada em Rastan, onde, segundo as fontes da oposição, os rebeldes mataram 23 membros das forças de segurança de Assad, depois de bombardeios das forças legalistas que teriam matado nove pessoas no centro da cidade.

Rastan, 180 quilómetros ao norte de Damasco, é um reduto da oposição que já escapou em várias ocasiões das mãos do governo nestes 14 meses de rebelião contra Assad.

“As granadas e os foguetes estão a atingir a cidade desde 3h, ao ritmo de um por minuto. Rastan está destruída”, disse à Reuters por telefone satelital um membro do Exército Sírio Livre (ESL, rebelde). Ele disse que entre os mortos está o comandante rebelde Ahmad Ayoub.

Já o Observatório Sírio dos Direitos Humanos, com sede na Grã-Bretanha, disse que os rebeldes destruíram três blindados de transporte do governo e apreenderam outros dois, além de capturarem cerca de 15 soldados.

A agência estatal de notícias disse que os “terroristas” assassinaram um oficial militar em Damasco e um agente de inteligência em Deraa. As restrições impostas pelo governo sírio à imprensa impedem a confirmação dos relatos vindos do país.

Na frente diplomática, o chanceler saudita, Saud al-Faisal, que anteriormente propôs dar armas aos rebeldes, disse, esta Segunda-feira, que o plano de paz do enviado internacional Kofi Annan faz cada vez menos sentido, uma vez que a violência perdura desde a implantação duma trégua, a 12 de Abril.

“A confiança nos esforços do enviado das Nações Unidas e da Liga Árabe começou a diminuir rapidamente”, disse ele em entrevista colectiva na capital saudita, Riad.

Na Quarta-feira e na Quinta-feira, a Liga Árabe pretende promover no Egito uma reunião destinada a unificar a oposição a Assad, mas o influente Conselho Nacional Sírio, que actua no exílio, disse que não vai participar por não ter sido convidado “como órgão oficial, e sim como membros individuais”, segundo o relato feito à Reuters pelo activista Ahmed Ramadan, em Roma, onde o grupo tenta definir a sua liderança.

Em nota, o grupo disse que não participará no encontro da Liga Árabe porque teme que esse processo leve a negociações com Assad, ao invés da sua derrubada.

“Nenhuma negociação pode ser realizada adequadamente a não ser que o seu objectivo seja acabar a ditadura e levar o país para o regime democrático”, disse o grupo.

As disputas internas do CNS impedem que a entidade obtenha reconhecimento internacional pleno como representante do movimento anti-Assad.

Os dirigentes disseram à Reuters que eles podem escolher um novo presidente ou reestruturar o conselho de modo a obter um apoio mais amplo.

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