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Com prejuízos de 7,6 biliões de meticais empresários dos transportes em Moçambique clamam por apoios específicos

Foto de Adérito CaldeiraEmpresários do sector de transportes aéreo, marítimo, rodoviários de passageiros e carga em Moçambique anunciaram “perdas em média 83 por cento nos últimos 3 meses o que representa prejuízos que ascendem os 7,6 biliões de meticais e cerca de 1200 postos de emprego suspensos”. Os “patrões” dos transportes consideram que as medidas económicas de mitigação do impacto da pandemia da covid-19 “não são suficientes e pouco fazem para ajudar as empresas” e por isso clamam por apoios específicos como subsídios para aquisição de combustíveis, moratória sem capitalização de juros pela banca comercial e a reabertura dos espaço aéreo para voos comerciais.

“O sector de transportes como um todo registou perdas em média 83 por cento nos últimos 3 meses o que representa prejuízos que ascendem os 7594 milhões de meticais e cerca de 1200 postos de emprego suspensos, estando actualmente metade da massa laboral deste sector em risco de perder os seus postos de trabalho. É de referir que o ramo rodoviário interprovincial de passageiros e carga vem, adicionalmente, sendo afectado pela tensão político militar na região centro do País em que algumas vezes os operadores viram os seus veículos vandalizados, bem como a situação dos ataques pelos insurgentes na Província de Cabo Delgado” anunciou o vice-presidente da Confederação das Associações Económicas (CTA) para o Transporte Marítimo.

Faruk Assubuji detalhou que as perdas das empresas de transporte rodoviário de passageiros chegou aos 85 por cento, cerca de 3,4 biliões de meticais. “Os operadores de transporte rodoviário de internacional de passageiros suspenderam actividades devido ao encerramento das fronteiras terrestres para passageiros, obrigando cerca de 700 operadores a paralisar as suas actividades e perda de receitas em 100 por cento, cerca de 56.4 milhões de meticais”.

Já “os operadores de transporte interprovincial registaram quedas nos volumes de negócios em cerca de 75 por cento, o que representa cerca de 3144 milhões de meticais”, os transportadores urbanos e inter-urbanos tiveram prejuízos de 234,9 milhões de meticais, enquanto as empresas de transporte rodoviário de carga, devido a covid-19, viram o volume de negócio cair quase 50 por cento, “o equivalente a 3,5 biliões de meticais”.

Falando em conferência de imprensa em Maputo o representante dos patrões dos transportes indicou que “o encerramento das fronteiras impactou nos serviços de transporte aéreo internacional não essencial representa uma perda de 100 por cento do volume de negócios, e a queda em 85 por cento da demanda interna por transporte aéreo de passageiros domésticos fez com que o ramo de transporte aéreo registasse perdas na ordem de 87 por cento do volume de negócios, que corresponde a cerca de 658,7 milhões de Meticais”, e as empresas de agenciamento do transporte marítimo registaram prejuízos “na ordem de 30 por cento para o segmento de carga geral e chega a 48 cento para o segmento pesqueiro”.

INSS, subsídios, moratória, reabertura dos espaço aéreo para voos comerciais

Foto de Adérito CaldeiraO vice-presidente do Pelouro dos Transportes da CTA apresentou dez medidas específicas para a sobrevivência do sector: “Redução do preço de combustíveis em 15 meticais por litro, ou introdução de uma linha de subsídios para aquisição de combustíveis para os operadores de transporte; Flexibilização das actividades de revisão dos autocarros que estão sob gerência de algumas cooperativas; actualmente as cooperativas de transporte urbano estão a enfrentar dificuldades para a manutenção dos autocarros; Revisão do regulamento do INSS para permitir que os trabalhadores possam obter o benefício de pagamento de salários através do sistema de segurança social; Introdução de uma linha de subsídio para as empresas que tiveram que suspender as suas actividades para pagamento de salários; Declaração de moratória sem capitalização de juros para os operadores que tenham compromissos com a banca comercial; Flexibilização dos prazos para o pagamento de impostos; Retoma da hora normal do funcionamento do Porto de Maputo; Apoio as empresas para regularização da documentação (licenças, inspeção, seguros) após o covid-19; Regularizar o licenciamento de empresas de transporte no mercado nacional, harmonização das taxas fronteiriças com os países vizinhos uma vez que os nacionais pagam muito caro quando vão ao estrangeiro e estes pouco ou nada pagam quando operam em Moçambique; Abertura da Fronteira de Calombe que está fechada a mais de 3 meses e que acarreta custos adicionais aos operadores de transporte de carga”.

Para a aviação civil os empresários pediram “incentivos para ver se é possível baixar os custos do scanner e isenções para o transporte de medicamento” para que seja possível o transporte aéreo de carga e ainda “uma abertura para ter pelo menos um ou dois voos regionais de passageiros por semana”.

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