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Com “(…) a Arte de Ganguissar”, Mutumbela Gogo vence o prémio revelação no “FESTILP 2014”

Com “(…) a Arte de Ganguissar”

O grupo de teatro moçambicano, Mutumbela Gogo, venceu, com a peça “Sexo? Sim, Obrigado! ou a Arte de Ganguissar”, o prémio revelação referente ao ano 2014, no Festival Internacional de Teatro da Língua Portuguesa (FESTLIP), recentemente decorrido no Estado brasileiro do Rio de Janeiro.

Encenado pelas actrizes Graça Silva e Yolanda Fumo, o trabalho aborda assuntos relacionados com a sexualidade nas suas diversas vertentes. E, sobre a matéria ‘sexo’, Manuela Soeiro, directora do grupo, questiona: Quantas vezes, na sociedade moçambicana, fala-se da sexualidade sem restrições?

Na verdade, segundo nos conta Soeiro, a sexualidade em Moçambique está mais do que um assunto, diga-se, abdicado. É um tabu. Uma matéria reservada, para ser discutido em segredo. Por isso, “em muitas vezes não se proferem as coisas com o seu próprio nome”.

Esse secretismo, supostamente visto como uma condição de preservar as tradições para que as crianças conheçam as coisas no seu determinado tempo, isto é, já adultos, cria, de uma ou de outra forma, certa desinformação nas comunidades.

“Para quebramos os tabus, na peça, trazemos duas mulheres que falam das suas experiências, dos problemas passados por cada uma na sua vida”, conta Manuela acrescentando que curiosamente, embora estejamos todos na mesma sociedade, cada um vive o seu dilema.

Numa outra abordagem relacionada com a atribuição do prémio, a directora de Mutumbela afirma que o galardão representa o reconhecimento do grupo. “É excepcional, pois normalmente os festivais não têm essa missão de premiar os artistas. Mas, contrariamente às outras edições, este ano conseguimos ser nomeados como o grupo revelação. É um marco importante para a nossa carreira e para o país”, conclui.

O Mutumbela Gogo é reconhecido mundialmente pela sua capacidade de trazer histórias moçambicanas através da quinta arte, o teatro. Para além de “(…) a Arte de Ganguissar”, o agrupamento conta com “Os Meninos de Ninguém”, uma peça que ilustra a vida dos meninos de rua; “O Inimigo do Povo”; “Xapa 100 (My Love)”, um trabalho que versa sobre a vida dos ‘chapeiros’ moçambicanos, que correm vários riscos na tentativa de solucionar o problema de transporte que se tem registado na (nossa) metrópole, e entre outras histórias.

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