A coligação de esquerda no governo da Noruega conservou a maioria no Parlamento, ao final das eleições legislativas desta segunda-feira. A coligação no governo, que reúne principalmente a Esquerda Socialista e o Partido Trabalhista, obteve a maioria apertada de 86 das 169 cadeiras no Storting, após a apuração de 98,5% dos votos.
A oposição de direita ficou com 83 cadeiras, sendo 40 para os populistas do Partido do Progresso. São necessárias 85 cadeiras para se obter a maioria absoluta e o resultado de hoje praticamente repete a performance da coligação de esquerda nas legislativas anteriores, em 2005, quando conquistou 87 cadeiras.
O primeiro-ministro norueguês, o trabalhista Jens Stoltenberg, reconheceu a vitória, mas disse que “convém manter um pouco de precaução”. “Vendo como as coisas se apresentam, parece que poderemos continuar” a governar, declarou Stoltenberg, durante um encontro de dirigentes políticos no Parlamento. “Eu tomo a mesma precaução, mas tudo indica que a coalizão +vermelha-verde+ (no poder atualmente, ndlr) ganhou”, disse Siv Jensen, a presidente do Partido do Progresso.
No poder desde 2005, o governo de Stoltenberg está prestes a se tornar o primeiro a ser reeleito no país escandinavo desde 1993. “São bons resultados, mas é preciso manter a calma”, declarou mais cedo Raymond Johansen, presidente do Partido Trabalhista. O governo de esquerda fez campanha com a promessa de reforçar a atuação social do Estado e de defender o emprego no país escandinavo rico em petróleo.
A oposição de direita comprometeu-se a reduzir os impostos e fazer privatizações. Quinto exportador mundial de petróleo e terceiro exportador mundial de gás, a Noruega constitui um dos maiores fundos soberanos do mundo. No fim de junho, esse fundo petroleiro somava 277 bilhões de euros.
Mantendo-se com obstinação fora da União Européia (UE), o país tem agora a taxa de desemprego mais baixa da Europa (3,0%), mas muitos noruegueses estão descontentes com os altos impostos.