A cólera já matou seis pessoas, no distrito costeiro de Memba, em Nampula, onde até agora foram registados 110 casos cumulativos da doença, segundos dados tornados públicos, quarta-feira, em conferência de imprensa dada pela porta-voz do governo provincial, Páscoa de Azevedo.
De acordo com a fonte do executivo provincial de Nampula, outros distritos onde se registam neste momento casos de cólera, mas sem óbitos, são, nomeadamente, Mossuril e Meconta com 4 cada, Mogincual 8, Nacaroa 83 e Eráti 345 casos.
Neste momento não podemos dizer que a cólera está controlada, pois temos distritos em que o nível de ocorrência de diarreias está a aumentar cada vez mais, mas em termos gerais podemos considerar que a situação aparentemente está sob controlo, explicou Páscoa.
A Direcção Provincial da Saúde de Nampula, esta minimamente preparada para fazer ao acompanhamento e tratamento de doentes e da evolução da situação no terreno, tanto mais que já tem equipas destacadas para trabalhar naqueles distritos.
Entretanto, a porta-voz disse que o governo provincial de Nampula se encontra muito preocupado pelo facto de as suas acções de prevenção e combate à doença, estarem a ser complicadas com a onda de desinformação protagonizadas por alguns indivíduos de má fé nas comunidades.
Segundo Páscoa de Azevedo, o caso mais recente deu-se algures no distrito de Mogovolas, em que um grupo de indivíduos munidos de armas brancas, cercou a casa de um líder a fim de espancá-lo ou matar, por alegadamente estar a disseminar a cólera na zona, não tendo atingido os seus objectivos devido à pronta intervenção de elementos da Polícia da República de Moçambique.
Conforme explicou, depois de o líder ter recebido do Instituto Nacional de Gestão de Calamidade Naturais, alguns kits, contendo diversos materiais no âmbito da emergência, as pessoas envolvidas nessa onda alegaram que eram medicamentos que provocam a cólera.
Para contrariar a onda de desinformação, fenómeno que tem vindo a ganhar contornos preocupantes sempre que eclode a cólera em Nampula, a primeira Sessão Ordinária do governo provincial decidiu que se deve continuar a intensificar as actividades e sensibilização no seio das comunidades.