Duas meninas paquistanesas feridas por tiros de um esquadrão de ataque do Taliban que tentava matar a sua colega, Malala Yousufzai, voltaram para a escola, Quinta-feira (29), sob forte esquema de segurança.
Um homem armado atacou Malala, que era defensora da educação para meninas, apesar das ameaças do Taliban, a 9 de Outubro, quando ela estava a sair da escola no vale de Swat, no Paquistão.
Ela foi ferida na cabeça e duas das suas amigas da escola também ficaram feridas. O tiroteio provocou indignação generalizada. Malala, que está a recuperar num hospital britânico, atraiu admiração internacional pela sua campanha.
Quinta-feira, a polícia acompanhou as suas colegas adolescentes, Kainat Riaz e Shazia Ramazan, de volta para a escola. “Estou muito animada para voltar aos meus estudos, mais uma vez na escola, mas com certeza vou sentir falta da Malala”, disse Kainat, que foi baleada no braço, à Reuters.
As duas meninas terão escoltas de segurança por tempo indeterminado, segundo a polícia. O ataque a Malala, 15 anos, ocorreu depois de anos de campanha que tinha colocado a menina contra um dos comandantes mais brutais do Taliban do Paquistão, conhecido como Maulana Fazlullah.
Fazlullah e os seus homens tomaram o Vale de Swat e explodiram escolas para meninas e executaram publicamente aqueles que consideravam imoral ou que tentavam enfrentá-los.
Nm determinado momento, o Exército lançou uma ofensiva para expulsar os militantes. Embora Fazlullah e os seus homens terem fugido para as montanhas, Swat continua sob tensão e parece inconcebível que Malala, que tornou-se um símbolo da resistência aos esforços do Taliban para negar educação para as mulheres, poderá voltar para casa e para a escola.
O seu pai disse no final de Outubro que ela iria “levantar-se de novo” e perseguir os seus sonhos depois do tratamento médico. Dezenas de milhares de britânicos pediram ao governo para nomear Malala para o Prémio Nobel da Paz pelo seu activismo.
O Paquistão tem 5 milhões de crianças fora da escola, um número superado apenas pela Nigéria, informou a ONU num relatório publicado esta semana. Dois terços dessas crianças são meninas.