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“CNJ é uma célula partidária e não está ao serviço da juventude moçambicana”, Liga juvenil do MDM

A Liga Juvenil do Movimento Democrático de Moçambique (LJMDM) acusa o Conselho Nacional de Juventude (CNJ) de estar a eximir-se do seu papel na defesa dos interesses da juventude moçambicana ao agir como uma célula do partido no poder, a Frelimo. Este posicionamento vem muito a propósito do comportamento adoptado pela CNJ durante o Terceiro Encontro da Juventude moçambicana, decorrido entre os dias 19 e 21 no posto administrativo de Anchilo, distrito de Nampula-Rapela, no norte do país.

No entender dos jovens do MDM, aquela reunião, na qual se pretendia discutir os problemas da juventude moçambicana, nada mais foi do que um momento de glorificação da exclusão dos jovens que não fazem parte das fileiras da Frelimo.

“Foi um encontro cuja selecção dos delegados não foi representativa e nós como liga do MDM nos sentimos excluídos do processo”, disse Renato Muelenga, chefe do Departamento de Formação de LJMDM.

Facto é que no referido encontro estiveram presentes cerca de 500 jovens e destes a Liga do MDM esteve representada por apenas três jovens provenientes das províncias de Niassa, Manica e Tete. Mesmo assim, este só puderam participar porque na última hora conseguiu-se fazer um arranjo para que os mesmos pudessem seguir viagem, segundo narrou Muelenga.

CNJ tem associações fantasmas

Visivelmente indignados com o cenário vivido em Nampula, os jovens do MDM denunciaram à imprensa o que consideram serem esquemas usados pela Organização dos Jovens Moçambicanos (OJM), o braço juvenil do partido Frelimo e que actualmente compõe o corpo directivo da CNJ, para se perpetuar na liderança do CNJ.

Os representantes da LJMDM contam que a direcção da CNJ tem recorrido a organizações fantasmas, compostos por elementos da OJM, como forma de manter a hegemonia na liderança do organismo que tem por obrigação velar pelos interesses da juventude moçambicana.

Como exemplo, os “rapazes” de Daviz Simango afirmam que no encontro houve participação de jovens que não eram delegados eleitos. Este facto foi interpretado como “uma manipulação para robustecer a OJM no encontro onde todos eles se tratavam por camarada.”

“Começamos a observar que o CNJ é uma organização que tem associações fantasmas. Tal é o caso da Associação Juvenil do Partido Frelimo, que por acaso não existe. Mas o OJM reveste-se desta associação para poder ter mais membros no encontro nacionais”, conta.

A criação de organizações fantasmas tem em vista garantir a eleição dos membros da OJM nas corridas à liderança do CNJ. “A CNJ procura ser uma célula política que garante e propaganda política do partidão e isso ficou claro no Terceiro Encontro na Juventude, disse Muelenga, tendo acrescentado que “as associações fantasmas sustentam a eleição dos órgãos da OJM”.

A solução é a dissolução

Diante de tamanha “imprudência” da actual direcção do CNJ, a solução, na visão dos nossos interlocutores, passa necessariamente pela dissolução da actual direcção do Conselho e criação de uma outra comprometida com a causa da juventude moçambicana e que tenha como princípio basilar a inclusão. Estes dizem que a tal direcção seria constituída, para além de jovens filiados aos partidos políticos, por outros da sociedade civil.

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