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Cimeira sobre detritos marinhos defende ação coletiva para combater fenómeno

A primeira cimeira africana sobre os detritos marinhos, organizada na Cidade de Cabo, na África do Sul, sublinhou na semana passada a necessidade urgente de uma ação coletiva face a este problema que afeta o continente.

A cimeira, sob o lema “Lições Africanas para Inspirar Ações Locais”, foi organizada no Instituto Nacional Sul-africano de Biodiversidade e incidiu essencialmente na questão dos detritos marinhos no continente africano.

A Plastics South Africa, órgão que representa a indústria plástica sul-africana, associou-se ao Ministério do Ambiente, ao Instituto Nacional Sul-africano de Biodiversidade e ao Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA) para organizar a conferência, que reuniu pesquisadores de detritos marinhos, gerentes de recursos naturais, decisores políticos, representantes do setor industrial e Organizações não Governamentais.

“O ambiente marinho contém numerosos desafios. O aquecimento global é visível nele e o seu impacto é dificilmente compreendido. A pesca excessiva, a acidificação, a poluição química a que se acrescenta a poluição dos detritos marinhos compostos essencialmente por matérias plásticas agravam o efeito negativo que os humanos criam no ambiente”, denunciou a vice-ministra do Ambiente, Rejoice Mabudafhasi, num discurso aos delegados.

Para Mabudafhasi, os detritos marinhos não são apenas inestéticos, mas têm um impacto negativo sobre o turismo e a saúde humana e são igualmente responsáveis pela morte de numerosas criaturas que povoam o ambiente marinho.

“Oitenta porcento de todas as matérias plásticas encontradas no mar provêm da terra através de lixo doméstico e da má gestão do lixo, de modo que o seu impacto negativo sobre o ambiente pode ser reduzido e até contido”, disse.

O diretor executivo da Plastics SA, Anton Hanekom, confirmou que os detritos marinhos eram um velho problema que não para de se agravar.

“Os oceanos e os cursos de água do mundo inteiro são permanentemente poluídos por uma variedade de detritos marinhos indo de latas a sacos de plástico, passando pelos instrumentos de pesca e barcos abandonados. Sabemos que numerosos animais, tais como as tartarugas marinhas, as aves marinhas e os mamíferos marinhos os ingerem ou estão enredados nos detritos marinhos, o que pode causar feridas internas, bloqueio intestinal, fome e até a morte”, indicou Hanekom.

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