Um grupo de 23 cientistas das principais economias do planeta pediu hoje aos dirigentes do G8 que adotem decisões firmes para reduzir as emissões de gases responsáveis pelo efeito estufa, em sua Cúpula de L’Aquila (centro da Itália), esta quarta-feira.
“Pedimos aos líderes de nossos países que reconheçam os riscos inaceitáveis provocados pela mudança climática e as oportunidades sem precedentes que uma transição para energias limpas e com baixa emissão de carbono oferece a nossas economias”.
Os cientistas pedem especialmente aos oito países mais industrializados que “se comprometam com o limite máximo de emissões dos gases do efeito estufa até 2020, e com uma redução de 50% sobre os níveis de 1990 até 2050”. Para os países desenvolvidos, isto significa “reduzir até 2050 suas emissões em ao menos 80% (…), com objetivos intermediários a decidir em Copenhague”, onde no final do ano 192 países tentarão firmar um acordo mundial sobre o clima.
Os países em desenvolvimento deverão, por seu lado, “se comprometer com um progresso significativo de sua eficiência energética” e com a redução das emissões de carbono, assinala o documento. Estes esforços lhes permitirão realizar “uma redução significativa de suas emissões de carbono em sua habitual atividade”. Entre os firmantes do documento estão pesquisadores de primeira linha de Estados Unidos, Europa e Índia, assim como o Prêmio Nobel mexicano de Química, Mario Molina.
A Cúpula do G8 (EUA, Japão, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Itália, Canadá e Rússia) começa nesta quarta-feira, em L’Aquila. Na quinta, haverá um Fórum das Maiores Economias (FME), formado por 16 países: G8 e G5, que reúne as potências emergentes (Brasil, China, Índia, México e África do Sul), além de Austrália, Canadá e Coreia do Sul. O G8 responde por 40% das emissões dos gases do efeito estufa; já as emissões do FME representam 80% do total mundial.