Há nove meses que um cidadão identificado pelo nome de Jaime José, deixou sua família, mulher e quatro filhos menores de idade, à sua sorte na cidade de Mocuba, província da Zambézia. Antes do abandono, a sua esposa, que responde pelo nome de Melânia Francisco, saiu de casa sozinha alegadamente porque era constantemente espancada pelo cônjuge. Ela passou a arrendar uma residência precária, na qual volvidas algumas semanas teve de acolher os descendentes que também fugiam do pai devido a agressões físicas.
Felizmente, os dois primeiros filhos de Melânia, um de sete anos de idade e o outro de 10 anos, frequentam a escola, não se sabendo, porém, até que nível e qual será a sorte dos outros dois, de três e cinco de idade, uma vez que ela desempregada. Todavia, os menores não dispõem de documentos oficiais porque não foram registados.
Encontrámos Melânia no Gabinete de Atendimento à Mulher e Criança Vítimas de Violência, onde ela ia queixar pelo facto de ter sido sujeita à actual vida deprimente com os filhos, e pedia para que as autoridades tomem medidas no sentido de o pai contribuir nas despesas dos seus descendentes.
A senhora contou ao @Verdade que na altura em que ela saiu de casa por conta da violência protagonizada pelo marido esperava que este mudasse de comportamento, o que não aconteceu. Pelo contrário, ele passou a agredir também os filhos sempre que estivesse embriagado.
A cidadã sobrevive na base de pequenos negócios que lhe permitem obter o dinheiro de renda da casa e para a compra de alimentos. As dificuldades agravam-se a cada dia que passa porque ela não consegue cobrir nem necessidades básicas.
O Gabinete de Atendimento à Mulher e Criança Vítimas de Violência em Mocuba está a par do assunto e articula com as outras autoridades com vista a encontrar uma solução. Segundo João Amisse, responsável deste gabinete, quando o casal foi notificado para explicar o que é que originou a situação José disse que iria prestar assistência às crianças e registá-las, o que até hoje não aconteceu.
Perante tal problema, Melânia contactou novamente aquele gabinete para relatar a falta de cumprimento das obrigações por parte do marido. Mas o caso não terminou ai. A senhora exige, agora, a guarda dos filhos para garantir que eles nunca voltem a viver debaixo do mesmo tecto com um pai sem escrúpulos e bêbado, de acordo com ela.
O indiciado foi mais uma vez aconselhado a cumprir com suas obrigações paternais e determinou-se um prazo para o registo das crianças.
“Se o pai das crianças fugir novamente das suas obrigações (…) vamos instaurar um processo-crime contra ele e o caso será resolvido no tribunal”, disse João Amisse.