As intensas e incessantes chuvas que afetam o Rio de Janeiro desde a tarde de segunda-feira deixaram pelo menos 50 mortos, 26 deles na capital, que está totalmente paralisada por inundações e deslizamentos, informou a Defesa Civil. Um balanço parcial e atualizado divulgado pela Defesa Civil após mais de 17 horas contínuas de chuva registra ainda 14 mortos em Niterói, nove em São Gonçalo e um em Nilópolis.
Na favela da Mangueira, zona norte do Rio, imagens aéreas exibidas por canais de televisão mostravam moradores pedindo socorro em suas casas precárias, que estavam à beira do colapso após um grande deslizamento de terra. “Estas pessoas estão cometendo quase um suicídio, é uma irresponsabilidade que permaneçam ali”, afirmou o governador do estado do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, à TV Globo.
Cabral pediu às pessoas que busquem abrigo nas casas de parentes ou em outros locais seguros da cidade. O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, recomendou aos habitantes que evitem sair de casa ou tentar chegar ao centro da cidade, já que os principais túneis que ligam as zonas norte e sul estão inundados e bloqueados por carros. Paes pediu que as pessoas que não se arrisquem e retornem para casa.
Ao ser questionado sobre a possibilidade de obras na cidade que será sede dos Jogos Olímpicos de 2016 para atenuar os efeitos das chuvas, ele disse que “dificilmente uma obra resolva” em situações como a atual. Desde a noite de segunda-feira muitos carros foram abandonados nas ruas, submersos, e alguns motoristas permaneceram presos em gigantescos engarrafamentos.
Os aeroportos Santos Dumont e internacional do Galeão também foram fechados por várias horas. A previsão do tempo é de mais chuvas para as próximas horas, com grande risco de deslizamentos, segundo a Climatempo. Alguns bairros do Rio registraram mais 200 mm de chuva em algumas horas.