A comunicação rodoviária dos distritos de Larde, Moma, Mossuril, Mogincual, Mogovolas e Liupo, em Nampula, com a capital da mesma província, está interrompida, desde o último fim-de-semana, em virtude da chuva que causou o desabamento dos tabuleiros das pontes e cortes noutras vias de acesso. Mais de 59 mil pessoas ficaram sem casa em Nampula e Cabo Delgado, na sequência da destruição de 10.713 habitações, também pela chuva.
Entre os danos registados destaca-se o desabamento de algumas pontes e cortes no tabuleiro da Estrada Nacional número 104 (EN104). A ligação entre a cidade de Nampula e a vila sede de Mogovolas está cortada em consequência da destruição da ponte metálica sobre o rio Mutucuti.
Um cidadão identificado pelo nome de José Artur Salimo morreu quando a viatura na qual se fazia transportar foi arrastada pelas águas depois de, infortunadamente e durante o período nocturno, ter tentado atravessar aquela infra-estrutura, disse ao Notícias o administrador local, Alberto Namahala.
“Também estamos impedidos de chegar a Moma devido às crateras abertas nos encontros da ponte sobre rio Mucucuza, enquanto para a sede do distrito de Angoche é devido à degradação da ponte sobre Mutuazi”, explicou Namahala àquele matutino, tendo acrescentado que a comunicação entre a sede do distrito e os postos administrativos de Muatua, Nanhupo-Rio, Iuluti e Calipo está igualmente interrompida devido aos inúmeros cortes dos tabuleiros das estradas, decorrentes das águas das chuvas.
Em Nampula choveu durante 10 dias consecutivos. Virgínia Malauene, do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC, disse aos órgãos de comunicação social, na quarta-feira (11), no fim de um encontro do Centro Operativo de Emergência, dirigido pela ministra da Administração Estatal, Carmelita Namashulua, que a província se encontra numa situação bastante crítica.
“Neste momento, há distritos onde não é possível chegar como é o caso de Larde, Moma, Mossuril, Mogincual, Mogovolas e Liupo”, e a instituição está a enfrentar dificuldades para assistir as famílias que residem nestas regiões.
Para além, disso, segundo Virgínia Malauene, o INGC regista um défice de cerca de 400 toneladas de produtos diversos para assegurar a sobrevivência de mais de 55 mil habitantes afectados pela calamidade. Porém, as autoridades locais esperam que as equipas da capital do país apoiem a província no sentido de se ultrapassar o problema.
Sobre este assunto, o porta-voz do Conselho de Ministros, Mouzinho Saíde, disse que o “Conselho Técnico de Gestão de Calamidades enviou equipas e disponibilizou transporte aéreo para a monitoria e 10 barcos para transporte de carga e passageiros” e desde o início da campanha de colecta de dinheiro para ajudar as famílias afectadas foram arrecadaram-se 40 milhões de meticais que estão a ser enviados a cidadãos das zonas assoladas.
Relativamente à cólera, uma doença que se agrava na época chuvosa, Mouzinho Saíde disse que a situação é alarmante nas provinciais mais arrasadas, sendo Tete a que regista o maior número de óbitos, com 22 em 3.062 casos, seguida da província de Niassa, com 14 óbitos, em 868 enfermos. Nampula registou oito óbitos em1.232 pacientes rastreados e na Zambézia houve três mortes,em 289 doentes.