Os cerca de vinte cidadãos de nacionalidade chinesa envolvidos na construção da fábrica de descasque de arroz no distrito de Namacurra, não se vão esquecer daquela noite fatídica da quinta-feira, 23 de Dezembro, quando em plena noite, todos a dormirem, foram visitados com cerca de sete homens, empunhando armas de fogos e também brancas.
Veja-se cerca de sete homens com armas de fogo, até parecia um exército que vai a um combate. Uma fonte que nos facultou a informação a partir de Namacurra disse que os cerca de vinte cidadãos de origem chinesa foram colhidos pelo susto de arrombamento das portas do acampamento, situado a poucos metros da vila.
Na tentativa de resistirem, ouviram disparos e dai nada mais tinham que fazer. Para além de armas de fogo, os cerca de sete bandidos traziam consigo também armas brancas e outros instrumentos contundentes com os quais feriram alguns daqueles que tentaram resistir.
Ainda de acordo com o nosso informador, os malfeitores roubaram computadores para além valores monetários. Todavia, sabe-se que no meio desta confusão toda de quem é forte, três chineses ficaram gravemente feridos e neste momento, encontram-se no Hospital Provincial de Quelimane (HPQ), recebendo cuidados intensivos.
Comandante da PRM lidera operação
Na tarde da última sexta-feira, o nosso jornal viu o Comandante Provincial da Polícia da República de Moçambique na Zambézia, o General Manuel Filimão Zandamela, ao volante da sua Mahindra, acompanhado por alguns homens da Forca de Intervenção Rápida (FIR), indo a Namacurra, local do crime.
Certamente que o objectivo do General Zandamela era de saber no terreno e usando toda perícia policial que tem, como é que isso aconteceu e sobretudo o paradeiro dos malfeitores. Pior ainda, quando se falam de cerca de 7 homens, com armas de fogo, isso tira sono quem quer que seja.
Mas até aqui, ainda não há mais dados sobre este crime que deixou os chineses sem força e a passarem um pior natal e fora de casa.
Coincidência ou realidade?
Este crime de Namacurra acontece três dias depois de o Bispo da Diocese de Quelimane, Dom Hilário Massinga, ter dito a Rádio Moçambique que o crime na província da Zambézia tira sono a qualquer que seja.
Para Dom Hilário, nos últimos anos a criminalidade tem vindo a tomar conta da província toda e da cidade em particular, dai que na sua óptica é preciso que hajam esforços coordenados para que se estanque esta onda.
Aquele prelado foi mais longe ao afirmar que só neste ano, duas casas pertencentes a igreja católica foram assaltadas, contra tantas outras de pessoas singulares.
Todavia, o Comandante Provincial da PRM na Zambézia, General Manuel Filimão Zandamela, veio desmentir estas afirmações do Bispo da Diocese de Quelimane, alegando que tudo está sob controlo das autoridades policiais.
Zandamela disse a mesma estacão emissora que entrevistou ao bispo que não se pode afirmar que o crime está em alta, porque a polícia não está sentada e muito menos cruza os braço e tudo faz para conter esta onda de crime.
Quando estas duas vozes vieram cada um dizer o que sente, eis que em menos de três dias, os malfeitores vieram fazer vida cara aos chineses em Namacurra.
Polícia segue pistas
Num contacto telefónico este domingo com o porta-voz daquela corporação nesta parcela do país, ficamos a saber que neste momento a polícia está seguindo pistas e neste momento encontra-se estacionada em Namacurra, uma força especial para investigação de crimes, por parte da FIR.
Ernesto Serrote foi muito cauteloso e não avançou muitos dados, sublinhou apenas que a polícia está a trabalhar para esclarecer este caso.
Bastidores de Namacurra
Não há conversa nenhuma em Namacurra se não deste assalto que aqueles cidadãos de origem chinesa sofreram. Os que conhecem bem a vida de Namacurra equacionam este assalto como um ajuste de contas, isto porque segundo estas mesmas pessoas, nos últimos dias, ou seja, desde que os chineses arrendaram uma residência mesmo na vila, registava-se um movimento de mulheres naquela residência e algumas destas, são esposas de naturais de Namacurra.
O tempo foi passando e o cenário foi aumentando, dai que supõe-se que este assalto pode estar ligado a um ajuste de contas. A polícia no local, diz que faltaram meios circulantes para se fazerem ao local do crime na hora que este estava sendo cometido porque tiveram alerta.
Circula um vídeo em Namacurra
Na vila sede distrital circula um vídeo discreto, retirado da residência dos chineses, cujo teor tem a ver com cenas de pornografia que foram acontecendo durante este tempo todo.
Este vídeo segundo nossas fontes, foi retirado neste dia de crime, e algumas das personagens que se podem ver no referido vídeo, são mulheres residentes naquela vila distrital. E a ser verdade? Pelo sim ou pelo não, vale pena aguardar pelas investigações que a polícia está a efectuar e só depois do esclarecimento do caso, ai sim, saber-se-á o que estará por detrás deste crime.
Mas mesmo assim, há uma pergunta que se faz depois daquele ping-pong entre o Bispo da Diocese de Quelimane e Comandante da PRM: De onde está a razão?