Dois cidadãos de nacionalidade chinesa estão presos na 11a esquadra, em Maputo, desde a manhã de 04 de Outubro em curso, em consequência de terem sido surpreendidos no Aeroporto Internacional de Mavalane a tentarem embarcar num voo comercial da Qatar Airlines com quatro malas que continham 39 peças de marfim bruto, as quais totalizam pouco mais de 104 quilogramas.
Inácio Diana, porta-voz do Comando-Geral da Polícia da República de Moçambique (PRM), confirmou a ocorrência e disse que o produto estava prestes a ser embarcado para Doha, capital do Qatar. Consta ainda que as 39 peças de marfim foram descobertas no momento check in.
O agente da Lei e Ordem não avançou detalhes sobre o caso, mas afiançou que decorre uma investigação no sentido de se apurar a proveniência dos troféus de paquidermes e as pessoas envolvidas no seu fornecimento.
Enquanto isso, na província de Tete, um indivíduo foi detido por posse de 20 quilogramas de cannabis sativa, vulgo soruma, no dia 05 de Outubro.
Refira-se que em Maio um outro cidadão chinês foi igualmente surpreendido pelas autoridades policiais moçambicanas com 340 pontas de marfim, o que equivalia a 1.160 quilogramas; e 65 cornos de rinoceronte, estes com peso estimado em 124 quilogramas.
Tratou-se da maior quantidade de marfim e cornos apreendida de uma só vez em Moçambique. A Polícia suspeitava de que o dono da mercadoria liderava uma equipa de contrabando e, para lograr os seus intentos, tenham sido abatidos pelo menos 235 animais, dos quais 170 elefantes e 65 rinocerontes.
Os tailandeses e vietnamitas são os estrangeiros que também se destacam neste negócio que, devido, em parte, à ausência de uma mão dura por parte do Estado, lesa a economia e enriquece redes criminosas. O transporte desses produtos que, também, significam a extinção de elefantes e rinocerontes, é feito para fora do país através do Aeroporto Internacional de Mavalane.
Aliás, nunca se soube em que termos o visado foi punido. O Governo sul-africano é deveras intolerante neste tipo de situações. A sua Polícia não só prende gente de invade o seu território para efectuar a caça furtiva, como também mata e, em caso de detenção, fixa penas exemplares.
Guardas florestais armados do Kruger Park, na África do Sul, mataram quase 500 moçambicanos maioritariamente jovens por caça ilegal nos últimos cinco anos, de acordo com o ex-Presidente de Moçambique Joaquim Chissano, relataram as agências internacionais de notícias.
Chissano, cuja fundação está envolvida na conservação, declarou que 82 caçadores ilegais moçambicanos foram mortos no Kruger só este ano, contra os 106 de todo o ano de 2014, sem citar fontes para o seu cálculo.
No que diz respeito à migração ilegal, 208 indivíduos caíram nas mãos da Polícia nas províncias de Sofala, Nampula, Zambézia e Cabo Delgado, por exemplo, por não indicação clara dos motivos da sua vinda a Moçambique, porte de passaportes com vistos falsos, falta de vistos, entre outras razões. Dos visados contam etíopes, bengalis, nigerianos, paquistaneses, malawianos, tanzanianos, entre outros.