Enquanto no povoado de Magaza o pessoal da saúde chora pelo bem-estar da população local, o mesmo jánão acontece na Sede do posto administrativo de Micaúne, onde a população se queixa de maus-tratosprotagonizados pelo enfermeiro afecto no respectivo centro de Saúde.
O enfermeiro Morais Salimo Morais disse haver falta de medicamentos no Centro de Saúde da Madal, no posto administrativo de Mecaúne, no distrito de Chinde, província da Zambézia. Segundo Morais, a situação é preocupante, uma vez que o pessoal médico em algumas ocasiões, vê-se na contingência de receitar medicamentos fora de prazo, contidos num dos quatro kits alocados aquando da visita do Ministro da Saúde, Ivo Garrido, ao longo do semestre passado. Face à crise de medicamentos naquela unidade sanitária, a fonte disse que encontrou como única solução mandar de volta os pacientes como forma de evitar a administração de fármacos com prazos de validade já expirados. Ainda de acordo com Morais, para além de falta de medicamentos, o Centro de Saúde de Madal se encontra privado do fornecimento da corrente eléctrica, situação que prevalece há sensivelmente seis meses, quando a companhia Madal decidiu cortar o fornecimento da electricidade alegando que já não era da sua responsabilidade apesar daquele estabelecimento sanitário se situar no interior da área cuja exploração florestal está entregue aquela companhia.
Refira-se que os enfermeiros afectos no Centro de Saúde de Madal deram a conhecer que para assistir aos poucos parturientes que ali vão para trazer ao mundo novas vidas, têm recorrido aos candeeiros que usam para a iluminação das suas residências. No entanto, outro problema que apoquenta o corpo médico de Madal prende-se com a filtração das águas das chuvas, devido ao acentuado estado de degradação do tecto, das janelas sem vidros com apenas restos de rede rasgada, facto que propicia a penetração de água deixando o soalho completamente alagado, o que danifica desta feita os escassos recursos materiais ali expostos.
Reagindo à inquietação dos profissionais da saúde, o administrador de Chinde mostrou-se igualmente preocupado, tendo na ocasião assegurado que vai encetar contactos junto das autoridades provinciais da Saúde para que a breve trecho sejam providenciados os medicamentos necessários. Pacientes queixam-se de maus-tratos A população da Sede do Posto administrativo de Mecaúne, queixa-se de maus-tratos perpetrados pelo enfermeiro afecto naquele centro de Saúde.
Os pacientes que contactaram a nossa equipa de reportagem disseram que o enfermeiro em causa raramente fica no seu posto de trabalho, e das poucas vezes que se faz ao local, são atendidos depois de lhes dirigir palavras indecentes. Segundo as fontes, este tipo de tratamento é mais comum entre alguns técnicos recém graduados e colocados nos lugares tidos como os mais recônditos. “Agem assim como forma de protestar o isolamento e na tentativa de se verem transferidos para outros lugares com um ambiente que lhes seja favorável”, indicaram.
Outra inquietação que não sossega os Ilhéus é falta de uma residência para acolher mulheres grávidas à espera de dar à luz os seus bebés, dado que elas percorrem no mínimo dez quilómetros para chegar àquela unidade sanitária considerada como a mais próxima.