A China enviará uma equipe de especialistas a museus de todo o mundo para estabelecer um registro do mais de um milhão de vestígios culturais que considera terem sido espoliados, no século XIX, do Antigo Palácio de Verão de Pequim, informa a imprensa estatal. Os especialistas visitarão museus, livrarias e coleções privadas nos Estados Unidos, Grã-Bretanha, França e Japão principalmente, em busca das peças, assim como de documentos e fotografias dos objectos roubados durante um saque pelas tropas anglo-francesas em 1860, afirma o jornal China Daily.
“Não sabemos exactamente quantas antiguidades foram saqueadas porque o catálogo dos tesouros guardados no jardim pegou fogo durante a catástrofe”, afirmou ao jornal Chen Mingjie, director do Antigo Palácio de Verão. “Mas com base em um cálculo aproximado, há 1,5 milhão de relíquias em mais de 2.000 museus de 47 países”, completou. A China deseja estabelecer uma base de dados e não reclamará necessariamente a devolução dos objectos, segundo Mingjie.
Pequim manifestou contrariedade nos últimos anos à venda em leilões no exterior de vestígios roubados do Antigo Palácio de Verão pelos Exércitos britânico e francês em meados do século XIX, em um episódio que a China considera uma da maiores humilhações para o país.
Em Fevereiro, um colecionador chinês sabotou o leilão em Paris de dos estatuetas de bronze que pertenciam ao falecido estilista Yves Saint Laurent, com a oferta de 15,7 milhões de euros (20,3 milhões de dólares) por cada peça, mas se recusando a pagar depois.