As autoridades do leste da China mobilizaram, esta quarta-feira (16), a tropa de choque da polícia para evitar a retomada de protestos contra o governo, um dia depois de confrontos entre as forças de segurança e milhares de vítimas de inundações, as piores em um século na região.
Terça-feira, os moradores da cidade de Yuyao aglomeraram-se em frente à sede do governo local em protesto contra a suposta ineficiência das actividades de resgate e exigindo que a renúncia do prefeito e do secretário local do Partido Comunista.
Fotos e relatos postados no site Weibo, espécie de Twitter chinês, revelaram depredações no edifício público, inclusive com a destruição do letreiro colocado na entrada com os dizeres “Servir ao Povo”, lema do Partido Comunista.
As fotos também mostravam vários moradores com a cabeça a sangrar. “Condenamos fortemente os desenvergonhados actos da polícia e da tropa de choque por usarem qualquer pretexto para baterem as pessoas”, disse um usuário local do Weibo.
Na manhã da quarta-feira, um grande contingente da tropa de choque estava espalhado pela cidade, que tem 1 milhão de habitantes, conforme mostram fotos da entidade Observatório dos Direitos Civis e da Subsistência.
As autoridades partidárias negaram que tenha havido incompetência na reacção às enchentes, e a imprensa estatal fez um apelo à população para que se acalme. Os meios de comunicação chineses disseram que 70 por cento da cidade, que fica perto do litoral, na província de Zhejiang, ficaram inundados por causa das mais fortes chuvas registadas em um século, em consequência da passagem do tufão Fitow pelo leste da China.