Para continuarmos  a fazer jornalismo independente dos políticos e da vontade dos anunciantes o @Verdade passou a ter um preço.

China comuta sentença de moçambicana para prisão maior

As autoridades chinesas poderão comutar para prisão maior a pena que havia sido atribuída a uma cidadã moçambicana detida em 2009 na posse ilegal de 1,4 quilos de heroína. Mila Mendes, 32 anos de idade, foi detida a 11 de Maio de 2009 pelas autoridades chinesas e condenada a pena e morte em 2010, mas depois viu a sua pena comutada para a prisão perpétua.

“Neste momento a pena dela foi comutada para prisão perpétua e, muito recentemente, tivemos boas notícias de que a pena desta nossa cidadã poderá passar para prisão maior”, anunciou esta semana em Beijing, capital chinesa, António Inácio Júnior, embaixador moçambicano acreditado neste país asiático.

António Júnior, que falava a uma equipe de jornalistas moçambicanos que se encontra a fazer uma visita de trabalho a China, explicou que o facto de a sentença ter sido comutada para prisão maior significa que Mila Mendes poderá cumprir entre 17 e 18 anos de prisão antes de ser libertada, invés de passar o resto da sua vida encarcerada. Para o embaixador, esta decisão representa um grande gesto do governo chinês na sua relação com Moçambique, cujos laços de amizade comecaram a ser forjados desde o início da luta de libertação nacional do jugo colonial português.

António Júnior também considera que a comutação da pena é fruto das excelentes relações pessoais que os dirigentes moçambicanos vão mantendo com os seus homólogos chineses, “que permite esta confiança e levou ao perdão dessa cidadã que tinha sido condenada a pena de morte”. Estes últimos desenvolvimentos também servem para desmentir notícias postas a circular alegando que Mila Mendes já havia sido executada.

“Isso não corresponde a verdade, pois ela (Mila Mendes) continua viva. No mês passado o sector consular teve a oportunidade de ir a cadeia para se avistar com ela. Além disso, ela pode manter contacto com a sua família, pois a cadeia permite que isso aconteça como resultado do seu bom comportamento que também contribuiu para a comutação da pena de morte”.

O diplomata aproveitou a oportunidade para apelar a todos os cidadãos moçambicanos para não se deixarem seduzir pelo crime organizado, e evitarem actividades ilícitas em alguns países asiáticos, onde as penas são muito pesadas. “Eu queria aproveitar esta oportunidade para apelar a nossa sociedade, especialmente aqueles que têm viajado para a zona da Ásia, para dizer que países como a República Popular da China, Tailândia, Singapura, Malásia e Vietname são destinos onde as pessoas são presas, julgadas e condenadas a pena capital nos casos de tráfico de droga”.

O embaixador explica que o crescimento e desenvolvimento económico que se regista em muitos países asiáticos tornam-se num forte atractivo para as redes do crime organizado que querem estabelecer e expandir as suas actividades nesta região. António Júnior aproveitou a oportunidade para enaltecer o esforço desenvolvido pelos Ministérios da Justiça, Interior, e particularmente dos Negócios Estrangeiros para assistir a cidadã moçambicana Mila Mendes.

Na ocasião, embaixador informou que existem outras duas moçambicanas que foram detidas em Março do corrente ano. Ambas foram julgadas e condenadas entre 10 a 11 anos de cadeia por roubo. “É uma pena muito severa para o roubo”, lamentou. O embaixador acredita que em ambos os casos cidadãs poderão cumprir apenas cinco ou seis anos de prisão, para depois serem repatriadas para Moçambique.

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Related Posts