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China adopta medidas para reprimir o tráfico de “noivas estrangeiras”

A polícia chinesa vai reprimir websites que vendem pacotes de viagens que levam grupos de homens para conhecer “noivas estrangeiras” nos países do Sudeste Asiático, uma actividade que resulta em tráfico humano e prostituição, disse o jornal estatal China Daily, esta segunda-feira (15).

A publicação notou que diversas das chamadas “correctoras de casamentos” estavam ativas no Vietname e prometem apresentar jovens mulheres a ricos homens chineses de grandes cidades, o que tem como consequência a “venda” de muitas vítimas para moradores de vilas rurais na China.

“Algumas correctoras ou sites de casamento têm publicado tentadores anúncios para apresentar noivas vietnamitas para estrangeiros interessados em casamentos, mas a maioria envolve sequestros”, disse Wang Ying, representante do Ministério de Segurança Pública responsável por combater o tráfego humano, segundo o jornal.

“Assim que o cliente gosta de uma rapariga estrangeira, eles enganam-na e convencem-na a casar-se no Vietname, e cobram do cliente de 30 mil a 50 mil iuanes (4.900 a 8.150 dólares) como taxa de serviço”, disse Wang. O jornal disse que algumas raparigas vietnamitas foram forçadas a tornarem-se prostitutas em áreas costeiras ou na fronteira com a China.

Wang disse que a polícia iria aumentar a vigilância para combater o tráfico internacional de mulheres, particularmente em rodoviárias, portos e pequenas rodovias do país e em passagens montanhosas utilizadas pelos traficantes.

Ela não forneceu uma estimativa sobre o número de mulheres traficadas através desse tipo de agências de casamento. Em Dezembro do ano passado a polícia na província de Fujian, no sudeste da China, desmantelou uma rede de tráfico de pessoas, resgatando 28 mulheres vietnamitas e prendendo 62 suspeitos, muitos dos quais trabalhavam nessas agências.

A China tem um desequilíbrio de gêneros, resultado da política do governo de incentivar apenas um filho por casal. Essa política levou ao aumento de abortos ilícitos de fetos femininos devido à tradicional preferência por herdeiros masculinos no país, o que criou uma grande desproporção entre homens e mulheres. O último censo mostrou que para cada 100 mulheres há 118 homens.

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