Pelo menos 419 viaturas de transporte rodoviário de passageiros (vulgo chapa) na cidade de Maputo e arredores circulam ilegalmente nas estradas da capital moçambicana, segundo a associação local dos transportadores ATROMAP. Segundo o secretário da ATROMAP, Samuel Nhatitima, este número faz parte do universo de 530 chapas que diariamente faz a ligação dos diversos pontos da cidade e arredores.
Citado, Quarta-feira, pelo jornal “Notícias”, Nhatitima explicou que esta situação resulta da interrupção da emissão de licenças para viaturas pequenas (de lotação máxima de 15 lugares) e a incapacidade dos operadores em adquirir autocarros com maior capacidade.
Refira-se que em Setembro de 2004, o Município de Maputo decidiu proibir o licenciamento de novas viaturas de pequenas para operar nas rotas que fazem ligação com o centro da cidade, passando apenas a autorizar viaturas com capacidade para transportar 26 ou mais passageiros.
Mas esta medida parece não estar a surtir os efeitos esperados, que são a melhoria da segurança e o conforto dos passageiros bem como a redução dos actuais níveis de congestionamento nas vias de acesso da cidade.
Aliás, em Março passado, o ministro dos Transportes e Comunicações, Paulo Zucula, disse ao parlamento moçambicano, a Assembleia da República, que a oferta de transporte urbano de passageiros reduziu em pouco mais de 30 por cento na cidade de Maputo desde Outubro do ano passado.
Para Zucula, o problema surge pelo facto de os transportadores se ressentirem do aumento dos custos de manutenção das suas viaturas e da subida dos preços das peças sobressalentes que não “não são acompanhados pelo aumento da tarifa de transportes”.
“Para não perderem dinheiro retiraram- se de algumas rotas menos lucrativas, diminuindo, assim, a oferta em pouco mais de 30 por cento”, disse o governante.
A ATROMAP diz que a situação de viaturas que operam ilegalmente, incluindo camionetas sem nenhumas condições de segurança, é do conhecimento das autoridades municipais.
Entretanto, o comandante da Polícia Municipal, António Espada, admitiu que tal irregularidade “pode estar a acontecer”, mas sublinhou que tal não é legal, e por isso a corporação está autorizada a emitir multas quando se depara com esse tipo de situações.
“Os automobilistas encontrados nestas condições são autuados com multas de 10 mil meticais (371 dólares americanos), como manda a postura municipal, e isso acontece quase todos os dias”, disse o comandante.