Um total de 14 associações de desmobilizados de guerra distanciou-se de ameaças proferidas, esta semana, pelo contestado líder duma ala do Fórum dos Desmobilizados de Guerra de Moçambique (FDGM), Hermínio dos Santos, segundo as quais o grupo iria promover uma manifestação de protesto contra a não inclusão de ex-milicianos e supostos “naparamas” no Estatuto dos Combatentes, recentemente aprovado pelo Parlamento.
Num encontro com a direcção do Ministério dos Combatentes (MICO), aquelas agremiações instaram ao Executivo para acelerar com a regulamentação do Estatuto ora aprovado, bem como com os projectos de integração dos combatentes.
Na ocasião, foi dado a conhecer que esta para breve a aprovação do referido instrumento legal, segundo revelou ao “Noticias”, Lourenço Tchado, assessor de imprensa do MICO.
“No encontro, o MICO deu a conhecer que está a implementar um conjunto de acções que estão a cobrir alguns preceitos da lei, como por exemplo a distribuição de cerca de 40 mil cartões de assistência médica e medicamentosa, financiamento de 25 projectos de geração de renda aos desmobilizados, projectos ligados a autoconstrução, comércio, venda de bens e serviços, pesca, moageiras, entre outros”, disse a fonte.
As associações presentes no encontro de Segunda-feira ultima reconheceram que o Estatuto do Combatente resultou de um consenso e responde a ansiedade destes manifestados no documento chamado “18 Pontos”.
“Logo, não faz sentido que Hermínio dos Santos e sob o beneplácito duma chancelaria ocidental com que se reuniu ainda esta manha (segunda-feira), surja com planos de alterar a ordem e a tranquilidade através de manifestações sem qualquer sentido. Quando discutimos o nosso Estatuto não falamos de incluir milicianos ou supostos “naparamas”. Isso é uma invenção do Hermínio dos Santos e nós nos distanciamos dessas manobras que só podem servir para extorquir esses cidadãos incautos|”, observou um dos participantes.
Ele acusou a referida chancelaria de querer reeditar um antigo plano de promover uma desestabilização política em Moçambique, utilizando alas dos combatentes e supostos ex-guerrilheiros da Renamo.
“Mas nós estamos atentos a esses planos, temos toda a informação do encontro que se realizou hoje (Segunda-feira) na referida embaixada, bem como todos os assuntos discutidos. Na devida altura vamos denunciar publicamente para que todos os moçambicanos saibam sobre quem, de facto, está por detrás desse plano de conduzir o país para a desordem”, alertou a mesma fonte.
Ainda Terça-feira, a PRM chamou atenção para a ilegalidade que poderão incorrer os “cérebros” de tais ameaças, apelando a calma e para a denúncia de qualquer sinal que possa alterar a ordem na capital do país.
Os milicianos e naparamas são forças consideradas paramilitares. A acção dos naparamas, por exemplo, teria se feito sentir durante a guerra civil dos 16 anos mas em algumas zonas do país, principalmente no Centro e Norte.