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Caso do Zimbabwe

Abordando o caso do Zimbabwe, onde a 13 de Fevereiro do corrente ano foi concluído o processo da formação de um Governo Inclusivo ao abrigo do Acordo Político Global de 15 de Setembro de 2008, Salomão defende que os governos de unidade nacional (GUN) ou inclusivos “não podem substituir as formas normais que resultam de processos democráticos normais”.

Salomão reconhece que o actual Governo de Transição não constitui uma solução dos problemas do Zimbabwe, pois é apenas o princípio da solução.

“Nunca disse que o Governo de Transição era a solução dos problemas do Zimbabwe. Também ninguém quis que assim fosse. Mas era a única saída plausível em que se implorava aos zimbabweanos para colocarem de parte as suas diferenças política”, explicou.

Sobre a sua experiência na mediação da crise zimbabweana, Salomão diz que existe um grupo de três pessoas que integra o antigo estadista sul-africano, Thabo Mbeki, o Ministro sul-africano para os governos locais, Sydney Mufamadi, que era o chefe da equipe negocial de facilitadores, e ele próprio que têm a obrigação moral de escrever aquilo que foi a sua experiência ao longo destes dois anos.

“Não escrever pelo simples prazer de escrever e evitar que amanhã sejam julgados pela história, mas sim porque é importante deixar alguns instrumentos de reflexão, sobretudo para os próprios zimbabweanos”, assinalou para acrescentar: “É um processo do Zimbabwe, é um processo que pertence aos zimbabweanos e eles devem tirar as lições que consideram pertinentes e úteis para o futuro do seu próprio país e, sobretudo, para evitar que nos casos onde tenham sido cometidos erros, as gerações futuras evitem cometer os mesmos erros”.

Falando sobre o seu livro, Salomão explicou que num desses dias de desânimo, quando começava a ter dúvidas sobre o processo do Zimbabwe, o Presidente Mbeki foi ter consigo, questionando sobre o seu estado de espírito.

“O que é que se passa”?, perguntou Thabo Mbeki.

“Eu respondi é que nestas coisas em algum momento a gente começa a não acreditar. Então ele vira-se para mim e diz não, não. Tenha calma e paciência. É preciso compreender isso, e é preciso compreender os zimbabweanos, então, por isso, o título do meu livro é “Ajudando-me a Mim Próprio a Compreender o Zimbabwe”, explicou Salomão.

“É claro que o livro não é só para mim, é para todos nós”, disse.

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