Foi em Setembro de 1919, muito antes de ter assumido o poder na Alemanha, que Adolf Hitler defendeu pela primeira vez por escrito a remoção dos judeus germânicos por um governo centralizado e nacionalista. A visão do que viria a ser o Holocausto consta de uma carta escrita pelo próprio Hitler, que vai agora ser exibida no Tolerance Museum, em Los Angeles, EUA.
Segundo o The Guardian, a carta foi escrita pouco antes de Hitler ter participado numa reunião do Partido dos Trabalhadores alemães, o mesmo que mais tarde o líder nazi viria a tomar o controlo e a transformar no Partido Nacional Socialista.
Na altura, Hitler fazia parte da unidade de propaganda do Exército alemão, que tinha como propósito combater as ideias bolcheviques de soldados que tinham regressado da frente russa no final da I Guerra Mundial.
De acordo com o mesmo jornal, o capitão Karl Mayr pediu a Hitler para responder a de Adolf Gemlich, que pretendia saber qual a posição do Exército na “questão judaica”. Na sua resposta, Hitler propôs um anti-semitismo levado a cabo por governos fortes, em vez de um anti-semitismo emocional, baseado nos povos, que não teria resultados.
“O anti-semitismo racional deve liderar uma batalha legal para revogar leis que dão [aos judeus] posições favoráveis, diferenciando os judeus de outros estrangeiros. O objectivo final deve ser a remoção intransigente de todos os judeus. Para alcançar estes objectivos, apenas um governo de poder nacional será capaz e nunca um governo de fraqueza nacional”, vincou Hitler na carta, considerando os judeus como “materialistas puros nos pensamentos e aspirações”, cujos efeitos provocavam uma “tuberculose racial na nação”.
A carta foi comprada pelo Tolerance Museum [Museu da Tolerência] por 150 mil dólares. O documento estava em posse privada e foi inicialmente obtido por um soldado dos EUA em 1945, nos arquivos nazis em Nuremberga.