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Carta de Bachir no Departamento do Tesouro dos EUA

A carta do empresário moçambicano Mohamed Bachir Selemane, acusado pelo Governo dos Estados Unidos da América (EUA) de traficante de narcóticos, pedindo encontro com a embaixadora daquele país, em Moçambique, já se encontra no Departamento do Tesouro, em Washington.

“A Embaixada confirma a recepção da carta de Bachir, na quarta-feira, e no mesmo dia enviámo-la ao Departamento do Tesouro como instituição que faz a acusação”, explicou fonte competente da representação diplomática dos EUA, em Maputo, em contacto, na quinta-feira, com o Correio da manhã sobre o assunto.

INTERPOL

Acerca do encontro solicitado por Bachir à embaixadora Leslie Rowe, a mesma fonte disse que “tudo vai depender da posição que o Departamento do Tesouro tomar depois de lida a carta de pedido desse encontro com aquele empresário moçambicano”.

Já num contacto com um representante do Gabinete Central da INTERPOL(Polícia Internacional, com sede em Lyon, França), em Maputo, este declinou prestar quaisquer informações ao jornal relacionadas com a possibilidade de a mesma Polícia ter participado na recolha de informações confirmando o envolvimento de Bachir no tráfico de narcóticos.

“Vá ao Comando- Geral da PRM por ser lá onde a INTERPOL presta informações sobre as suas actividades aqui em Moçambique”, assim respondeu o aludido representante, tendo já em contacto com Pedro Cossa, porta-voz da Polícia moçambicana, o repórter sido informado que “nem a INTERPOL, nem a PRM se envolveram em nenhum processo de recolha de dados que consubstanciaram a acusação dos Estados Unidos da América”.

Quanto a possíveis casos de tráfico de droga dentro e fora de Moçambique por Bachir que tenham chegado ao conhecimento da Polícia moçambicana, Cossa limitou-se a dizer que “não tenho nenhum conhecimento disso”. Sobre a eventualidade de a Polícia moçambicana investigar a acusação dentro do país, o porta-voz do Comando-Geral da PRM foi peremptório em afirmar que “os americanos podem queixar-se onde quiserem porque eles têm a base da investigação e nesse trabalho não quis a intervenção de nenhuma Polícia internacional”.

Entretanto, na conferência de Imprensa convocada pelo empresário para reagir à acusação, Bachir solicitou a intervenção da INTERPOL e FBI (dos EUA) para investigarem o assunto. “Convido as melhores polícias do mundo, como FBI e INTERPOL, a investigarem o assunto e verão que nunca estive envolvido em narcotráfico. Em circunstância alguma cheguei a ser interrogado ou abordado por qualquer entidade sobre tráfico de droga”, disse aquele empresário que é acusado pelo Presidente dos EUA, Barack Obama, de tornar Moçambique num ponto de transbordo de narcóticos e seus químicos, maior parte dos produtos consumidos na Europa e na África do Sul.

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