Bem-vindos a Moçambique, como vai a vossa pátria mal amada? Espero que ela esteja bem, apesar de abandonada pelos seus filhos. Filhos, esses, que era suposto lutarem para salvar os vossos países das crises em que estão mergulhados.
Bem-vindos a Moçambique, país pobre e miserável com milhares de pessoas carecendo de apoio e ajuda humanitária. Bem-vindos à nação dos pobres, fustigada pelas cheias e inundações, bem-vindos aos nossos problemas.
Todos nós tivemos a mesma sorte ou azar, fomos e estamos a ser usados e abusados pelo ocidente, à nossa maneira nós aqui em Moçambique, nossa pátria amada, continuamos a resistir. Bem-vindos à falta de alimentos, à dependência externa de um país com recursos.
O que desejam? Acham que irão encontrar o quê em Moçambique? Em nome de Direitos Humanos e pesadelos de protocolos internacionais vocês entram no país, violando as nossas fronteiras.
Em nome da solidariedade mundial entram no nosso país à busca de um hipotético sossego e quando chegam aqui a gente dá-vos farinha de milho e vocês dizem que não respeitamos os vossos direitos.
Essa vida miserável que vocês levam é típica do nosso país, vocês são sortudos porque ainda recebem comida, perguntem aos adolescentes que viraram chefes de família porque os pais morreram vítimas de SIDA, perguntem se alguém lhes dá comida, perguntem aos meninos da rua o que fazem para poder ter alimentos, perguntem se eles têm prato para servir comida.
Vocês foram enganados por gente de má-fé que vos disse que daqui podiam chegar à terra prometida, África do Sul, foram enganados por criminosos e pela vossa fraqueza. Voltem à vossa terra e resolvam os vossos problemas.
Nós também fomos agredidos violados e violentados, resistimos e assinámos acordos de paz e não-violência com criminosos mas o grande objectivo foi alcançado, hoje estamos em PAZ.
Ordeno que voltem à vossa terra, e de lá busquem sossego. Deixem-nos apoiar as vítimas de cheias cíclicas que vivem em igrejas e tendas. Voltem às vossas terras e digam à ONU para vos ajudar a partir de lá.
Se quiserem levem convosco a ACNUR e deixem-nos em paz. Não vos podemos dar redes mosquiteiras em Macaretane antes de resolver o problema de Malária em Gaza e outros pontos. Não temos recursos materiais muito menos fi nanceiros para vos dar luxo, por isso não reclamem, é o que podemos fazer por vós.
Peçam à ONU através da ACNUR para vos conceder uma parcela de terra no Ocidente, a ajuda chegará mais rápido e sem riscos de desvios. Em nome dos direitos humanos vão cultivando a preguiça.
Quem é que acham que vai trazer a solução para os problemas dos vossos países? Eu não tenho receios de dizer que vocês são sanguessugas, bandidos à solta que em nome de refúgio e procura de melhores oportunidades vão inundando o nosso país. Moçambique só é Moçambique porque nós estamos aqui, e resistimos a várias intempéries, nunca pensamos em fugir em massa do país.
O meu país refém dos Direitos Humanos e protocolos internacionais, vai criando um viveiro que ainda nos pode custar muito no futuro, porque tarde ou cedo estes mercenários vão pôr em prática o que mais sabem fazer – desestabilizar o país. Depois irão fugir e deixar-nos na miséria.
A criminalidade no nosso país é potenciada por estes senhores. A corrupção é fomentada por estes senhores que julgam que podem comprar tudo quanto é funcionário deste país para lograrem os seus intentos.
Não queremos sujar o nosso nome no que aos Direitos Humanos diz respeito a nível mundial só porque não vos conseguimos dar rede mosquiteira, talheres e melhor comida.
Nós também temos necessidades. São vocês abutres e sanguessugas do tempo, que não querem trabalhar mas aqui temos uma voz de comando: TRABALHAR.