Um carro-bomba atravessou um posto policial no Delta do Nilo no Egito nesta terça-feira, matando 13 pessoas e ferindo mais de 130, disseram autoridades de segurança em um dos ataques mais mortais desde que o Exército depôs o presidente Mohamed Mursi em julho.
Apoiado pelo exército, o governo prometeu combater o “terrorismo negro”, dizendo que a explosão na cidade de Mansoura, no norte do Cairo, não vai atrapalhar o plano de transição política que tem como próximo passo um referendo marcado para janeiro sobre uma nova constituição.
O ataque gerou um comunicado do governo egípcio declarando a Irmandade Muçulmana de Mursi uma “organização terrorista”.
Um relatório da agência de notícias estatal, no entanto, não acusou explicitamente o grupo de ter efetuado o ataque. O grupo de Mursi condenou o atentado.
“Estamos diante de um inimigo que não tem religião ou nação”, disse o ministro do Interior, Mohamed Ibrahim, que em setembro sobreviveu a uma tentativa de assassinato no Cairo.
O Exército disse que um carro-bomba foi utilizado no que chamou de “vil ataque terrorista”, enquanto a presidência disse que tais ataques “só aumentam a determinação do Estado em acabar com o terrorismo.”
As “unidades de combate” da polícia devem ser enviadas a todo o país, com ordens para usar munição real, relatou a TV estatal.
O Egito tem sofrido com uma das mais mortais disputas internas de sua história moderna desde que o exército depôs Mursi, primeiro líder eleito livremente do país, em 3 de julho. As forças de segurança egípcias mataram centenas de apoiadores de Mursi como parte de uma campanha para reprimir a Irmandade Muçulmana.
Segundo alguns analistas, o Egito ainda poderá enfrentar uma insurgência islâmica, um risco agravado após uma inundação de armas contrabandeadas da vizinha Líbia.
Num comunicado de seu escritório em Londres, a Irmandade condenou a explosão como sendo “um ataque contra a unidade do povo egípcio”.