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Cardeal diz que o papa quer reviver a fé em Cuba

O papa Bento 16 quer ajudar a reviver a fé religiosa em Cuba quando visitar o país comunista no final deste mês, afirmou o líder da Igreja Católica de Cuba em pronunciamento tele-visionado nacionalmente.

Num país oficialmente ateu por anos, o cardeal Jaime Ortega disse que o pontífice de 84 anos viu o despertar dum fervor religioso na multidão de pessoas que prestou homenagem à Nossa Senhora da Caridade do Cobre, durante uma peregrinação com a imagem da padroeira de Cuba no país, ano passado.

“Houve grande interesse por esta peregrinação porque o papa tem o compromisso de reviver a fé nos países que foram cristianizados antes, que necessitam duma nova evangelização”, disse Ortega, que é o arcebispo de Havana, Terça-feira.

“Havia algo nessa missão que foi o renascimento duma fé dormente, talvez uma fé um pouco reprimida, mas que estava presente no coração das pessoas.”

“O papa sente que vem para nos confirmar na fé. Ele vem para reafirmar os valores cristãos”, disse Ortega, que usava roupas religiosas e uma corrente com uma grande cruz pendurada no pescoço.

O papa de origem alemã vai visitar Cuba de 26 a 28 de Março num momento de mudança na ilha, onde o presidente Raúl Castro empreendeu reformas liberalizantes na economia de estilo soviético e melhorou as relações a tempos complicadas com a Igreja Católica.

Ortega intermediou um acordo com Castro, em 2010, para libertar mais de 100 presos políticos e tem sido uma voz vigorosa nas reformas económicas.

Em Dezembro, Raúl libertou 2.900 prisioneiros, citando a eventual visita do papa como uma das razões.

Boa parte dos libertados foram condenados por crimes comuns, embora alguns eram vistos como presos políticos.

A Igreja tem expandido os serviços sociais e oferecido cursos educacionais, além de construir o seu primeiro grande projecto, um novo seminário, desde a revolução de 1959 que colocou Fidel Castro, irmão mais velho de Raúl Castro, no poder e transformou a ilha num Estado comunista.

As relações Igreja-Estado deterioraram-se rapidamente depois da revolução e ficaram principalmente fracas até a década de 1990 quando começou uma lenta melhora depois de Fidel Castro ter-se aproximado dos movimentos de esquerda “teologia da libertação” na América Latina.

A palavra “ateu” foi substituída por “secular” na Constituição e pouco antes de o papa João Paulo 2º visitar Cuba em Janeiro de 1998, Fidel Castro restabeleceu o Natal como um feriado.

Hoje, Cuba ainda tem igrejas católicas abandonadas e, embora a Igreja afirme que 60 por cento dos cubanos são baptizados como católicos, reconhece que apenas cerca de cinco por cento praticam a religião activamente.

Ortega, que raramente aparece na televisão cubana, que é estatal, disse aos telespectadores que “o papa é um intelectual, ele é o papa da razão. Ele é o homem que tem uma vocação para a ciência teológica e para isso ele dedicou a sua vida.”

“Ele vem fazer uma visita pastoral, para cumprir o mandato que Jesus deu ao Pedro” para cuidar do rebanho, acrescentou Ortega.

Ele disse que o papa, há tempos, quer visitar Cuba e, apesar da sua idade avançada e saúde frágil, escolheu vir agora para comemorar o 400º aniversário da imagem da Nossa Senhora da Caridade, que teria sido encontrada a boiar numa baía por três homens que tentavam escapar duma tempestade no seu pequeno barco.

O papa Bento 16 vai fazer uma visita de três dias ao México antes de ir para Santiago de Cuba, ao leste, a 26 de Março.

Ele visitará a basílica da cidade montanhosa de El Cobre, onde a imagem está num santuário, antes de seguir para Havana, no dia 27.

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