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Candidato da Frelimo detido em flagrante a subornar a Procuradora em Moatize

O candidato do partido Frelimo à presidência do Município de Moatize, na província de Tete, Carlos Portimão, foi preso na última quinta-feira (26), cerca das às 11 horas, ao tentar subornar a procuradora distrital, Ivania Mussagy, pelo valor de cinco mil meticais, em notas.

Carlos Portimão deslocou-se ao gabinete da magistrada do Ministério Público em Moatize, Ivania Mussagy, para tentar “negociar” a soltura de um sobrinho seu que se encontra detido na cadeia distrital de Moatize. Ao tentar convencer a magistrada a soltar o seu sobrinho, o candidato do partido Frelimo desembolsou cinco mil meticais para subornar a procuradora. Ivania Mussagy recebeu o valor e acto contínuo chamou os agentes da Polícia a quem instruiu que o prendessem, tratando-se de flagrante delito, segundo o Canalmoz.

o Jornal refere ainda que em Moatize, durante a tarde daquele dia houve movimentação de figuras do partido Frelimo para conseguirem promover a libertação do seu candidato. Com este caso pendente Carlos Portimão já não poderia candidatar-se a presidente do Conselho Municipal de Moatize a que concorre em oposição a um único outro candidato, que é o candidato do MDM, engenheiro Horácio Raposo.

Alega-se em Tete que houve o envolvimento directo do Governador da Província de Tete, Rachide Gogo, para tentar persuadir a procuradora Ivânia Mussagy a libertar o candidato do seu partido, mas a procuradora revelou-se irredutível. Uma fonte próxima do processo contou que só depois da intervenção do próprio Procurador Geral da República, Augusto Paulino, e do Secretário do Comité Central para a Verificação do Partido Frelimo, José Pacheco, é que se encontrou uma solução.

A saída encontrada foi a procuradora Ivania Mussagy levar o caso imediatamente ao tribunal. Tratando-se de processo sumário o réu Carlos Portimão foi julgado ainda ontem pelo juiz Arnaldo Calisto. Se continuasse detido Carlos Portimão já não poderia ser candidato do partido Frelimo às eleições do próximo dia 20 de Novembro.

Carlos Portimão foi condenado a três meses de prisão convertido em multa que pagou tendo sido solto imediatamente para assim poder continuar a ser candidato à presidência do Município de Moatize. A moldura penal para este tipo de crime praticado por Carlos Portimão prevê cadeia de 3 meses a 3 anos. Portimão é agente da PRM. Operava na Polícia de Trânsito na província de Tete, colocado em Moatize. Deixou a corporação para poder candidatar-se pelo partido Frelimo. Foi promovido a sargento há pouco tempo.

Carlos Portimão tem a reputação de ajudar muita gente em Moatize e de promover eventos com seus próprios fundos, por alegadamente ser uma pessoa relativamente “folgada”, suspeitando-se em Tete que os recursos que dispõe sejam provenientes da sua actividade como agente da Policia de Trânsito.

Em 2009 Carlos Portimão perdeu as eleições internas no seu partido. Foi vencido pelo actual presidente do Município, Carlos Colarinho. Uma fonte da Procuradoria Geral da República confirmou ao Canalmoz que Carlos Portimão foi condenado ao abrigo do nr.2 do artigo 22 da lei 19/91, de 16 de Agosto e que o seu caso transitou ontem mesmo em julgado, o que quer dizer que cumpriu a pena.

Carlos Portimão é agora um caso de conversa em Tete, muito especialmente em Moatize, por se tratar de um candidato a presidente do Município que quando ainda é candidato à Presidência do Conselho Municipal de Moatize já se revelou uma figura com propensão para a corrupção activa, com a agravante de ter tentado subornar uma magistrada.

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