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Cancro atinge níveis preocupantes

A Associação de Luta Contra o Cancro de Moçambique considera que a prevalência desta patologia no país tende a aumentar, atingindo níveis preocupantes, apesar de não avançar números. Segundo o médico-cirurgião Fernando Vaz, as mortes causadas por esta doença apresentam, igualmente, uma tendência crescente, mercê de dificuldades na sua prevenção, detecção precoce e tratamento. Vaz falava em Maputo durante a sua tomada de posse como Presidente da Assembleia-geral da Associação de Luta Contra o Cancro para o triénio 2010-2012.

O cancro tem afectado homens e mulheres de todas as idades, bem como crianças. “No caso das mulheres, podemos dizer que os cancros mais frequentes, no nosso País são o do colo do útero e o da mama, enquanto os homens têm sido mais afectados pelos cancros da próstata e do fígado”, frisou. Vaz acrescentou que “nas crianças têm-se registado muitos casos de leucemias agudas. Outro cancro frequente é o Sarcoma de Kaposi, que é uma situação de cancro da pele que surge como consequência da infecção pelo HIV-Sida”. A província de Inhambane é a que regista os índices mais altos de cancro de fígado. Para Vaz, Moçambique necessita de recursos humanos, financeiros e tecnológicos, nomeadamente pessoas formadas em prevenção e tratamento, para além de equipamento que é muito caro.

“O equipamento é muito caro porque o tratamento do cancro, na maior parte das vezes, é feito através da cirurgia, radiações e quimioterapia, incluindo a hormonoterapia e a imunoterapia”, explicou. Face a esta situação, Vaz garantiu que a sua agremiação vai envidar esforços no sentido de conseguir meios necessários para um tratamento mais eficaz desta doença, ao nível do País. Por seu turno, a médica hematooncologista Patrícia Silva, eleita Presidente da Direcção-Geral da Associação, disse ser cometimento da organização que dirige levar a cabo acções visando a diminuição da incidência do cancro em todo País e a melhoria do acesso ao tratamento adequado e atempado desta patologia.

“Temos programadas actividades viradas para a tentativa de um rastreio precoce da doença, pois existem cancros que podem ser preveníveis e rastreados”, indicou, citando a campanha levada a cabo pelo Ministério da Saúde para o rastreio do cancro do colo do útero como uma acção preventiva, que permite um diagnóstico precoce e consequente tratamento efectivo. Silva salientou, na ocasião, ser necessário levar a informação sobre as manifestações do cancro às comunidades. “Há mulheres que não sabem que um pequeno caroço pode ser indicativo do aparecimento do cancro da mama, por isso há necessidade de realizarmos palestras e debates dirigidos à comunidade”, defendeu.

Na sua intervenção, a médica falou, ainda, da importância do apoio psicológico aos doentes que, muitas vezes, têm que ficar internados meses, longe da família, bem como a necessidade de se encontrarem formas de entretenimento lúdico para estes doentes. “Estas acções também estão previstas no nosso programa de actividades”, sublinhou. A Associação moçambicana de Luta Contra o Cancro foi criada em 2002.

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