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Cancro aflige anualmente três mil moçambicanos, número longe do diagnóstico real

Pelo menos três mil moçambicanos, dos quais 57 porcento mulheres, são anualmente afectados pelo cancro, uma doença que a única forma de tratamento no país, até agora, é a quimioterapia. Todavia, ainda este ano o Ministério da Saúde (MISAU) espera introduzir a radioterapia, um procedimento terapêutico que só é possível no exterior, para onde se dirigem alguns pacientes que não vivem abaixo da famosa “linha da pobreza”.

Do restante grupo apoquentado por esta enfermidade constam também as crianças. Nas mulheres, o cancro do útero é o que mais aflige, seguido do da mama e do sarcoma de Kaposi. Esta enfermidade está relacionada com as infecções de transmissão sexual e o VIH/SIDA.

Já nos homens, o sarcoma de Kaposi tem uma relação com o VIH/SIDA e é também comum neste género, seguido do cancro do fígado e de próstata. As crianças são consideradas outro grupo que merece maior atenção, porque são apoquentadas pelas patologias do sangue e do rim.

A transferência de pacientes para o exterior acarreta altos custos, que poucos moçambicanos estão em condições de pagar, segundo o sector da Saúde.

Ussene Isse, director nacional de Assistência Técnica, disse que o novo serviço em projecção estará inicialmente disponível no Hospital Central de Maputo (HCM). Os pacientes serão transferidos para esta maior unidade sanitária do país mediante uma junta médica emitida pelas autoridades de saúde do local de origem.

A quimioterapia consiste na injecção de medicamentos no corpo do doente, enquanto a radioterapia baseia-se na queima do local onde se encontra o tumor. Para Ussene Isse, os três mil doentes por ano não reflectem o número real do país, pois este é vasto e há lacuna na capacidade de registo.

Isse falava a jornalistas, na segunda-feira (23), em Maputo, no âmbito da preparação do Primeiro Congresso Internacional sobre Cancro dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa, a decorrer na capital moçambicana, de 25 a 27 de Maio corrente.

De acordo com o dirigente, o cancro é um problema de saúde em Moçambique pública, por isso, o MISAU prioriza campanhas de sensibilização para o diagnóstico e prevenção.

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