Autoridades da Confederação Africana de Futebol (CAF) devem decidir, nesta sexta-feira, quais ações adotar após mais uma noite que envergonhou o desporto no continente durante um jogo do Campeonato Africano de Nações (CAN), que decorre na Guiné Equatorial. Pelo menos 10 pessoas ficaram feridas quando a violência interrompeu bruscamente a meia-final entre o país-sede e Gana, em Malabo, na quinta-feira, resultando em cenas de caos nas redondezas do estádio de um país que tem pouca experiência com distúrbios populares.
O Gana venceu a partida por 3 a 0 e disputará a final com a Costa do Marfim, e a Guiné Equatorial deve disputar o terceiro lugar com a República Democrática do Congo, no sábado. Mas é possível que a CAF ordene que a decisão aconteça com portas fechadas, disseram autoridades nesta sexta-feira.
O comité organizador da competição está reunido em Malabo para decidir como reagir. O porta-voz da CAF, Junior Binyam, afirmou que nenhum comunicado sobre o incidente seria emitido antes da reunião.
Adeptos locais frustrados com a derrota no Nuevo Estadio de Malabo agrediram a selecção adversária, os seus adeptos e dirigentes com objetos variados, até serem expulsos do estádio pela tropa de choque.
A agressão continuou do lado de fora, deixando as ruas no entorno da arena repletas de pedaços de cimento, objetos quebrados e vidro estilhaçado – e o torneio mergulhado no caos.
A Guiné Equatorial, que assumiu a organização no lugar do Marrocos com poucos meses de antecedência, vinha desfrutando de um período de publicidade positiva por ter organizado um torneio empolgante de 16 seleções com público grande e entusiasmado.
Mas a óbvia falta de infraestrutura de segurança do país transformou a história de sucesso em uma tragédia em potencial quando os torcedores locais foram deixados livres para desabafar com violência sua frustração por ver a selecção da casa perder.
Na semana passada, a competição já tinha exibido um vislumbre de seu lado nefasto quando adeptos tunisinos tentaram atacar um árbitro.