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Camponeses de Mutuali agastados com o sector da Agricultura

A produção de hortícolas no posto administrativo de Mutuali, no distrito de Malema, na província de Nampula, está comprometida devido ao facto de os Serviços Provinciais da Agricultura terem distribuído sementes de couve, de tomate, de pimento, de cebola, de cenoura e de repolho, supostamente deterioradas, que não germinaram depois de lançadas à terra.

Por um lado, os Serviços Provinciais da Agricultura presumem que as sementes não tenham sido bem conservadas; por outro, os agricultores são de opinião de que os referidos grãos, importados do Brasil, já estavam fora do prazo. Segundo narram, em Novembro de 2013, o sector de Agricultura do distrito de Malema vendeu-lhes as sementes a preços bonificados como forma de estimular os produtores a aumentarem as áreas de cultivo de culturas alimentares. Contudo, chegada a altura da sementeira, o grosso delas não germinou.

De acordo com Lucas Massaua, um dos responsáveis do Fórum de Produtores do Povoado de Lacapa, em Malema, no qual estão inscritos 524 camponeses, as sementes foram comercializadas pela empresa Agromoz. “Estávamos esperançados de que a nova variedade de sementes iria germinar melhor em relação às que vínhamos usando, mas não foi o que se viu”.

As autoridades foram colocadas a par deste problema e, não se tendo pronunciado, cada agricultor optou por recorrer a fundos próprios para assegurar uma nova sementeira. Apesar de não avançar as quantidades, Massaua disse que a produção baixou em virtude de a sementeira ter acontecido fora do período previsto para o efeito.

Em contacto com o @Verdade, Joaquim Tomás, chefe dos Serviços Provinciais da Agricultura em Nampula, confirmou que o seu sector distribuiu variedades de sementes de couve, de tomate, de pimento, de cebola, de cenoura e de repolho no distrito de Malema, mas as expectativas dos camponeses no que diz respeito à produção não se concretizaram. Eles consideram que as sementes têm alguma ligações com o PROSAVANA, o que não é verdade.

De acordo com o nosso interlocutor, “as sementes em causam podem não ter germinado por causa da má conservação, na medida em que elas precisam de ser mantidas num bom ambiente. É possível que tenham ficado muito tempo nas mãos dos produtores e mal conservadas, daí que perderam a qualidade”.

Num outro desenvolvimento, Joaquim Tomás afirmou que não houve nenhum exame de laboratório porque as sementes reclamadas já estavam fora do prazo de uso, ou seja, estavam deterioradas. Ele nega, porém, que os agricultores tenham comprado o produto a preços baixos.

O nosso entrevistado esclareceu ainda que os gestores do programa PROSAVANA ainda não têm mandato para distribuir sementes; por isso não há qualquer ligação entre este projecto e o facto de as mesmas terem apodrecido.

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