Mais de sete mil camponeses da localidade de Chiuala-Honde, no distrito de Báruè, na província de Manica, estão agastados com a empresa Portucel supostamente por estar a plantar eucaliptos e expandir o seu projecto em terras alheias.
Segundo o régulo Sagoro de Phanze, em 2009, a população rejeitou um trabalho de consulta comunitária que seria realizado pela firma em causa. Porém, em 2012, como artimanha a Portucel ofereceu emprego em troca de terra. Um número considerável de jovens desempregados gostou da iniciativa, por isso, entregou as suas machambas mas os contratos foram verbais.
O director das Actividades Económicas em Báruè, Zacarias Muzaja, confirmou que o governo local já tem conhecimento do problema. A empresa acusada de expropriação das parcelas agrícolas das comunidades apresentou um projecto de investigação de variedades de eucaliptos e plantações experimentais com o intuito de fomentar o seu cultivo.
Entretanto, de acordo com Muzaja, não houve consulta comunitária em virtude de a empresa ter sido recusada pelos habitantes das zonas onde pretendia desenvolver os seus programas. Recomendou-se que a Portucel continuasse com o seu trabalho mas não deve abrir novas áreas. Esta decisão foi contrariada, pois dia seguinte, contaram os agricultores, a firma recrutou mais de 180 trabalhadores e abrangeu novos territórios.
Refira-se que a 19 de Dezembro de 2011, o Conselho de Ministros aprovou uma resolução que autorizava, provisoriamente, a Portucel fazer o uso de 182.886 hectares na província de Manica.