A Frelimo, o partido no poder em Moçambique, considera a campanha de 45 dias que termina domingo rumo ao escrutínio da próxima quarta-feira como tendo sido a mais ‘pacífica’ na história das eleições gerais no país.
Falou domingo, em Maputo, em conferência de imprensa destinada a fazer o balanço desta campanha eleitoral, o secretário para a Mobilização e Propaganda no Comité Central da Frelimo, Edson Macuacua, disse que este período constituiu um momento de festa e reflexão bem como de aprofundamento da cultura democrática, de legalidade e de paz.
Segundo Macuacua, também portavoz do partido no poder, não houve nenhuma força política que usou a violência durante a campanha eleitoral e os poucos incidentes registados nesse período não são de grande impacto, não podendo manchar o processo como um todo. “A Frelimo realizou uma campanha eleitoral pacífica, ordeira, envolvente, abrangente e à escala nacional, com recurso aos seus próprios meios e respeitando a lei que regula o processo eleitoral”, disse Macuacua, manifestando a convicção da vitória do seu partido nesta corrida eleitoral.
Esta convicção assenta, segundo ele, no facto do seu partido ser de realizações, no impacto positivo da Governação de Armando Guebuza desde o início deste mandato (2005), no seu perfil e nas suas qualidades, bem como do seu manifesto eleitoral. Além disso, a Frelimo diz que as suas convicções resultam do facto de ser o “melhor partido” e com “melhor organização” bem como no apoio e confiança do eleitorado depositados em si e no seu candidato.
Macuacua acusou alguma oposição de ter tomado uma estratégia de tentar descredibilizar o processo eleitoral, diabolizar os órgãos eleitorais e “desacreditar” os moçambicanos na opinião pública internacional e por ter pautado por atitudes de autovitimização, exaltação a violência e por acusações. Ele negou que o alto investimento feito pela Frelimo nestas eleições resulte da seriedade com que este partido encara alguns partidos da oposição considerados fortes, alegando que a sua formação política sempre teve a meta de “auto superação”, verificando-se esta tendência neste processo eleitoral.
Durante esta campanha eleitoral, diversos partidos pequenos anunciaram o seu apoio “incondicional” a candidatura de Armando Guebuza e (alguns deles) a Frelimo. Questionado sobre a arma usada pela Frelimo para conquistar esse apoio, Macuacua, disse que todos (ou a maioria desses) partidos afirmaram apreciar a obra do candidato Guebuza e o seu manifesto eleitoral, além do facto dessas formações não estarem a disputar essas eleições em parte ou em todos os círculos eleitorais.
O facto comum desses partidos que anunciaram o seu apoio a candidatura da Frelimo (e também a de outros dois partidos da oposição) é serem insignificantes, sem nenhuma expressão na esfera política local. Questionado sobre o benefício esperado pela Frelimo ao aceitar esses apoios, o porta-voz da Frelimo disse que o seu partido “não era arrogante” e é por causa da sua humildade que aceita qualquer tipo de apoio.
“Qualquer apoio é útil, sobretudo ao nível das Presidenciais onde mais um por cento é importante para determinar a vitória do candidato”, justificou-se ele.