O Presidente da República, Armando Guebuza, apela aos moçambicanos para continuarem a envidar esforços para aumentarem quantitativa e qualitativamente as diversas infra-estruturas de valor determinante no combate a pobreza, que ainda afecta o país.
O estadista moçambicano lançou o apelo no comício que orientou, na manhã de segunda-feira, na localidade de Chigodole, Posto Administrativo de Vandúzi, distrito de Manica, província do mesmo nome, onde está a efectuar Presidência Aberta e Inclusiva, aliás a primeira na qualidade de mais alto dirigente da nação.
“A pobreza não vai acabar por si só, mas só com todos moçambicanos unidos é que vamos vencer o nosso inimigo comum e, para isso, cada um de nós tem de continuar a fazer a sua parte com qualidade e em quantidade para reduzirmos os problemas que ainda enfrentamos”, disse Guebuza.
O discurso de Guebuza em Chigodole, localidade ladeada de montes com formas curiosas, centrou-se fundamentalmente nas várias manifestações da pobreza, mas que algumas delas podem ser superadas bastando, para o efeito, os concidadãos estarem firmemente determinados a melhorar pouco a pouco a sua condição de vida, a semelhança do que está a acontecer com a pobreza.
Segundo o presidente, existem várias razões que levam a dizer que uma pessoa é pobre, quando ela não tem aquilo que precisa para viver, quando não tem comida suficiente ou então quando essa suficiência não for útil para resolver os problemas de saúde para uma vida decente.
A pessoa pode ser pobre quando não tem roupa para vestir e, por conseguinte, se defender do frio, ou até quando não tem uma manta para cobrir na hora de dormir, sobretudo nas noites muito friorentas. Guebuza foi mais longe na diversidade de exemplos sobre as manifestações da pobreza afirmando que uma pessoa é pobre quando não tem casa ou a casa que tem entra a água nos dias de chuva, e nos dias de vento entra ar frio no interior e não protege o seu dono.
“Infelizmente temos em Moçambique pessoas que vivem em casas pequeninas, sem janelas ou então quando tem um janela ela está lá em cima e o ar não circula bem no interior”, exemplificou o presidente, anotando que mesmo para entrar o seu dono tem de fazer um exercício de coluna depois de carregar a porta.
“Isso é pobreza”, vincou Guebuza. Porém, a pobreza não significa necessariamente que com os recursos que o país dispõe não se pode fazer melhor, como, por exemplo produzir a comida, fruta, milho, construir uma casa melhor entre outras coisas que ainda se sente muita falta.
“O solo que pisamos”, disse o Chefe de Estado, “pode ajudar a melhorar as condições da casa que temos e permitir que aumentemos o tamanho da janela para possibilitar uma melhor circulação do ar”, disse o presidente, em clara alusão as propriedades argilosas do solo daquela região que quando sujeito a altas temperaturas pode ajudar a produzir o famoso “tijolo queimado”.
O material pode, segundo o Guebuza, ser de elevado contributo na edificação de outras infra-estruturas sociais como escolas e hospitais reduzindo, por conseguinte, as largas distâncias que as crianças têm de percorrer para chegar a um estabelecimento de ensino e as mulheres para encontrar uma maternidade.
Aliás, o problema das longas distâncias que as futuras mães percorrem para encontrar uma maternidade foi arrolado na mensagem dos residentes de Chigodole, apresentada ao presidente.
As mulheres da zona do cruzamento de Tete, têm que percorrer cerca de 12 quilómetros até chegar a Vandúzi. Guebuza que não se mostrou alheio aos diversos problemas levantados pelos residentes de Chigodole, disse porém ser preciso que todos tenham consciência de que cada um tem de fazer a sua parte e deve ser muito bem feita, sem preguiça ou maldade.
“Cada um de nós deve-se perguntar qual é a parte que eu fiz para vencer a pobreza a começar pela minha pobreza”, reiterou Guebuza.
Na localidade de Chigodole, Guebuza, como de costume, plantou árvores com os membros da comunidade e também visitou uma floresta comunitária e enalteceu os resultados do que viu na Sessão Extraordinária da Secretaria Administrativa da Localidade Alargada ao Conselho Consultivo da Localidade.