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Caças e carro-bomba atingem Damasco no último dia da “trégua”

Jactos sírios bombardearam subúrbios de Damasco e um carro-bomba matou 10 pessoas na capital, esta Segunda-feira (29), o último dia de uma trégua de quatro dias que o chefe da ONU, Ban Ki-moon, reconheceu ter falhado.

Cada lado culpa o outro por violações ao cessar-fogo durante o feriado islâmico Eid al-Adha organizado pelo enviado internacional Lakhdar Brahimi, que, no entanto, prometeu prosseguir com os seus esforços de paz.

“Estou profundamente decepcionado que as partes não tenham respeitado o chamado para suspender os combates”, disse Ban em Seul, onde estava para receber o Prémio da Paz de Seul.

“Esta crise não pode ser resolvida com mais armas e derramamento de sangue… as armas devem ficar em silêncio”, acrescentou.

Brahimi, após reunião com o chanceler russo, Sergei Lavrov, em Moscovo, expressou pesar que o cessar-fogo não tenha funcionado melhor. Perguntado se os soldados da ONU poderiam ser enviados para a Síria, ele disse que não há planos imediatos para isso.

Embora o governo do presidente Bashar al-Assad e diversos grupos rebeldes tenham aceitado o plano para interromper os combates durante o feriado religioso muçulmano, o cessar-fogo não conseguiu conter o derramamento de sangue, num conflito de 19 meses que já custou pelo menos 32.000 vidas.

De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, uma organização de activistas da oposição, 420 pessoas foram mortas desde Sexta-feira.

Os moradores de Damasco relataram ataques aéreos pesados ??sobre os subúrbios de Qaboun, Zamalka e Irbin durante a noite e esta Segunda-feira, que eles disseram que foram os mais violentos desde que os caças e helicópteros bombardearam as primeiras posições pró-oposição em partes do capital da Síria, em Agosto.

A televisão estatal síria disse que mulheres e crianças estavam entre os mortos em consequência de um “carro-bomba terrorista” perto de uma padaria em Jaramana, no sudeste de Damasco.

Os moradores de Damasco dizem que o bairro é controlado por leais a Assad. A imprensa estatal disse que os opositores armados a Assad quebraram a trégua durante todo o Eid.

“Pelo quarto dia consecutivo, os grupos armados terroristas em Deir al-Zor continuaram a violar a declaração sobre a suspensão das operações militares que as forças armadas comprometeram-se”, disse a imprensa estatal, acrescentando depois que os rebeldes atacaram as forças do governo em Aleppo e na cidade central de Homs.

Os ataques aéreos em Damasco aconteceram após o que os moradores disseram ter sido tentativas fracassadas das tropas do governo de tomar a parte leste da cidade.

“Os tanques estão posicionados em torno de Harat al-Shwam, mas não estão a conseguir entrar. Eles tentaram há uma semana”, disse um activista que vive perto da área e que pediu para não ser identificado.

Brahimi, que visitará Pequim depois de Moscovo, disse que a nova onda de violência na Síria não o desanimou.

“Pensamos que esta guerra civil tem que terminar… e a nova Síria tem que ser construída por todos os seus filhos”, disse ele. “O apoio da Rússia e doutros membros do Conselho de Segurança (da ONU) é indispensável.”

Rússia e China vetaram três projectos de resolução apoiados pelo Ocidente na ONU a condenar o governo de Assad pela violência.

Pequim tem se esforçado para mostrar que não toma partido na Síria e pediu que o governo sírio conversasse com a oposição e tomasse medidas para atender às demandas por uma mudança política.

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