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Burkina Fasso nomeia tenente-coronel do Exército primeiro-ministro

As autoridades de Burkina Fasso nomearam o tenente-coronel Isaac Zida novo primeiro-ministro, esta quarta-feira (19), quatro dias depois de ele ter restaurado a Constituição do país sob pressão da União Africana e do Ocidente.

Zida declarou-se chefe de Estado a 1 de Novembro depois de grandes protestos terem derrubado o presidente Blaise Compaoré, que então fugiu do país da África Ocidental. A União Africana tinha dado a Zida duas semanas para restaurar o regime civil ou enfrentaria sanções económicas.

Como primeiro-ministro, Zida, um homem grande, de óculos e conhecido por usar uma boina vermelha, disse que vai trabalhar com o presidente interino recém-nomeado de Burkina Fasso, Michel Kafando, para montar um gabinete de 25 membros “dentro de 72 horas” para governar até as eleições de 2015.

“Este governo de 25 membros terá o enorme trabalho de criar a base para uma transição inclusiva com a principal tarefa de organizar eleições livres, justas e transparentes, bem como as reformas importantes para o futuro do nosso país”, disse Zida numa entrevista colectiva na capital, vestido com uniforme do Exército.

Nem Kafando, ex-ministro das Relações Exteriores e embaixador para a Organização das Nações Unidas, nem Zida, vice-chefe da guarda presidencial, terão permissão para concorrer nas eleições presidenciais do próximo ano, de acordo com os termos de uma carta de transição adoptada na semana passada.

Os diplomatas ocidentais haviam advertido contra a nomeação de Zida, esperando que Kafando indicasse, em vez dele, uma figura civil para chefiar o governo. Numa aparente resposta a essas críticas, Zida pediu o apoio de parceiros internacionais “sem preconceitos” durante o período transitório.

A escolha foi praticamente bem-recebida entre os membros da classe política de Burkina Fasso. “Nós temos visto que ele é um homem capaz. Ele tem visão e sabe o que quer para o país”, disse o presidente do partido político Le Faso Autrement, Ablasse Ouedraogo. Outros foram pragmáticos.

“A nomeação de Zida foi um compromisso útil que nos permitiu avançar. Precisamos da coesão do Exército para avançar com a transição”, disse o chefe do movimento opositor UNIR/PS, Bénéwendé Stanislas Sankara.

Compaoré desencadeou protestos contra o seu governo no mês passado quando tentou empurrar mudanças na Constituição por meio do Parlamento, a fim de estender o seu domínio de 27 anos no poder.

Compaoré era um forte poder regional e um aliado-chave do Ocidente contra militantes islâmicos. A França tem uma unidade de forças especiais com base em Burkina Fasso como parte de uma operação regional de combate ao terrorismo. O país é há algum tempo um dos maiores produtores de algodão da África e agora também explora ouro.

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