Os eleitores burkinabes vão às urnas a 29 de Novembro próximo para eleger o novo Presidente da República e os deputados, num escrutínio inicialmente marcado para 11 de Outubro corrente, antes do seu adiamento pelo golpe de Estado fracassado de 16 de Setembro passado, soube-se de fonte oficial.
O Conselho de Ministros adoptou um decreto que permite “convocar o corpo eleitoral domingo, 29 de Novembro de 2015, para a primeira volta da eleição do Presidente do Burkina Fasso, conforme o artigo 145 do Código Eleitoral”, sublinha um comunicado oficial distribuído quarta-feira.
A 16 de Setembro último, a quatro dias da abertura da campanha eleitoral, soldados do antigo Regimento de Segurança Presidencial (RSP) próximos do ex-Presidente Blaise Compaoré entraram no Palácio Presidencial em plena reunião do Conselho de Ministros, tomando como reféns o Presidente de transição, Michel Kafando, o primeiro-ministro Yacouba Zida, e vários ministros antes de proclamar o golpe de Estado no dia seguinte.
São mais de cinco milhões e 500 mil Burkinabes que são chamados às urnas para eleger o Presidente e os deputados, para restabelecer a ordem constitucional interrompida depois da insurreição popular que destituiu Blaise Compaoré do poder, em Outubro de 2014.
Antes, os actores políticos tiveram uma reunião com o chefe de Estado de transição para apresentar propostas de datas para estas eleições em que participarão 14 candidatos, incluindo quatro independentes e duas mulheres.
Todos os próximos do antigo Presidente Blaise Compaoré, incluindo os seus ministros Djibril Bassolé (diplomacia) e Yacouba Ouédraogo (Desportos) foram reprovados por ter apoiado o projecto de modificação da Constituição, ou figurado no seu último Governo.
Onze acusações foram formuladas contra os principais responsáveis pelo golpe de Estado abortado, nomeadamente o general Gilbert Diendéré e o antigo chefe da diplomacia de Blaise Compaoré, o general de Gendarmaria Djibril Bassolé.