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Bulgária culpa Hezbollah por atentado contra autocarro em 2012

A Bulgária afirmou, esta Terça-feira (5), ter provas de que o grupo libanês Hezbollah cometeu o atentado que matou cinco turistas israelitas dentro de um autocarro, ano passado, no balneário de Burgas.

As conclusões da investigação búlgara, citando uma clara conexão com um ataque dentro da União Europeia, pode levar o bloco europeu a qualificar o Hezbollah como uma organização terrorista, a exemplo do que já fazem os Estados Unidos.

Três pessoas envolveram-se no ataque, sendo duas delas portadoras de passaportes genuínos da Austrália e Canadá, segundo o relato feito a jornalistas pelo ministro búlgaro do Interior, Tsvetan Tsvetanov, depois de a investigação ser discutida pelo conselho nacional de segurança.

“Há dados que mostram o financiamento e a conexão do Hezbollah com os dois suspeitos”, disse Tsvetanov. Israel já havia atribuído o atentado de Burgas, que matou também o motorista búlgaro do autocarro e um homem-bomba, ao Irão e ao Hezbollah, uma milícia xiita que tem apoio iraniano, participa do governo libanês e travou em 2006 uma rápida guerra contra Israel.

O Irão negou o envolvimento e acusou o arqui-inimigo Israel de planear e realizar o atentado de Julho de 2012. O Hezbollah não se manifestou de imediato sobre as declarações do ministro búlgaro.

Em nota, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse que o atentado de Burgas foi parte de uma “campanha terrorista global” que inclui também ataques a civis em lugares tão díspares quanto Tailândia, Quénia e Geórgia.

“O ataque em Burgas foi um ataque em solo europeu contra um membro da União Europeia. Esperamos que os europeus cheguem às conclusões necessárias sobre o verdadeiro carácter do Hezbollah”, acrescentou.

Um porta-voz da chefe de política externa da UE, Catherine Ashton, disse que a investigação búlgara será avaliada pela direcção do bloco e por seus países. A Holanda já considera o Hezbollah como um grupo terrorista e em Agosto pediu à UE que assuma a mesma posição, o que levaria ao congelamento de bens do Hezbollah na Europa.

A Bulgária, que pertence à UE e à NATO, havia dito anteriormente que o atentado fora tramado no exterior e realizado por estrangeiros. Mesmo assim, o incidente gerou tensões num país onde os muçulmanos compõem cerca de 15 por cento dos 7,3 milhões de habitantes.

Os três envolvidos no ataque tinham carteiras de motoristas norte-americanas falsificadas, impressas no Líbano, segundo Tsvetanov. Os dois suspeitos com passaportes canadense e australiano viviam no Líbano – um deles desde 2006, o outro desde 2010.

Ninguém foi preso por envolvimento no ataque e Tsvetanov disse esperar que a Austrália, o Canadá e o Líbano cooperem com o resto da investigação.

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