O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, considerou esta terça-feira que um “new deal” mundial para o sistema financeiro será possível nos próximos meses, depois de um encontro, nos Estados Unidos, com o presidente Barack Obama.
A ideia de Brown foi apresentada um mês antes de acolher, em Londres, os dirigentes dos países industrializados e das economias emergentes para uma reunião de cúpula sobre a crise.
“Existe a possibilidade de que nos próximos meses criar-se um ‘New Deal’ global que inclua todos os países do mundo na solução da crise e no saneamento do sistema bancário”, disse Brown à imprensa no Salão Oval da Casa Branca.
“Existe a possibilidade de que as instituições internacionais sejam reformadas, pela primeira, de uma forma que façam o trabalho que queremos e que se encarreguem de alguns dos problemas que existem nos países mais pobres do mundo”.
Brown referia-se ao “New Deal” do presidente Franklin D. Roosevelt, que tirou os Estados Unidos da ‘Grande Depressão’ iniciada em 1929. A crise financeira é “um problema mundial e exige soluções mundiais”, disse Brown antes do encontro com Obama.
O líder americano mostrou-se mais prudente sobre uma reforma do sistema financeiro internacional e apenas referiu-se à necessidade de se estabelecer uma “série de princípios comuns”. Obama destacou que discutiu com Brown a “coordenação” de políticas de relançamento econômico e a necessidade de modernizar as instituições e as regras “de tal modo que o poder da globalização chegue aos homens e às mulheres comuns (…) E que os benefícios da globalização não sejam reservados apenas para um punhado de pessoas que não têm contas para pagar”.
Obama e Brown reuniram-se um dia após o índice Dow Jones, de Wall Street, cair a seu pior nível em 12 anos. O presidente americano evitou vincular a queda da Bolsa ao sucesso ou não de seus planos para reativar a economia americana e sanear o sistema financeiro.
“Penso que o que vemos neste momento é que as pessoas absorvem todos os problemas do sistema bancário e de suas ramificações internacionais, e ocorre uma reação natural”. Obama destacou que tem “confiança total” no efeito positivo das medidas adotadas por seu governo.
Antes de receber Brown, Obama lembrou que o desempenho econômico dos Estados Unidos no último trimestre de 2008 foi o pior em 25 anos. “E, francamente, o primeiro trimestre deste ano não promete ser melhor”.