O Grupo Teatral Gumula apresentou no último sábado (27), na Casa Velha, em Maputo, a peça “Black Out”. Trata-se, porém, de um trabalho que visa responder as inquietações dos moçambicanos e não só – jovens e adultos – que procuram alcançar a alegria nas relações sexuais. Aberta simplesmente para maiores de 18 anos, a obra, diga-se, é uma verdadeira terapia.
Em cena, Elso Chirinda e Adriano Cossa, que representam Amine e Salvador, respectivamente, dois amigos com experiências um tanto similares, explicam a plateia as tácticas que resultam com a desejada satisfação sexual. Segundo eles, o sexo – esse “instrumento” (in)dispensável na vida do Homem – não pode ser desperdiçado, pura e simplesmente por inocência ou, se calhar, por preservar o tradicionalismo.
No entanto, ainda que numa sociedade onde reina o tabu em relação à exposição das partes íntimas do corpo humano, intencionalmente, os artistas apresentaram-se no palco totalmente nus. E, incrivelmente, a quem estranhou a iniciativa, mas, com o decorrer do tempo, o público foi se libertando da “opressão social” e aceitou a realidade.
De certa forma, se analisarmos a reacção do público que se fez presente no dia da estreia, diríamos, sem sombras de dúvidas, que, em Moçambique, a masturbação, o sexo oral, entre outros tipos, ainda são vistos como obras diabólicas.
Tal como explica-se na peça, muitos dos nossos antepassados – mães e avós –, particularmente os do sexo feminino, pereceram sem atingirem o orgasmo. Por isso, há, ainda mais, necessidade de se quebrar os tabus e fazer com que as mulheres tenham, diga-se, os mesmos privilégios sexuais.
Com cerca de uma hora de duração, “Black Out”, estará de volta aos palcos de Maputo e não só, no próximo ano de 2015.