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Bienal TDM 2008

Bienal TDM 2008

O concurso que descobre artistas

 

José Carquete e Dinis Muhai são a mais recente revelação no panorama literário nacional. Os dois jovens venceram a última edição do concurso literário instituído pela empresa TDM (Telecomunicações de Moçambique), denominado Bienal TDM, e destinado a novos escritores de todo o país e que nunca tenham publicado uma obra literária. Deram entrada no concurso mais de 30 trabalhos e venceram apenas dois, nas categorias de Conto e Poesia.

 

Como prémio do concurso a TDM atribui aos vencedores a oportunidade de publicar os seus trabalhos em livro. E desta feita a oportunidade coube aos jovens José Carquete e Dinis Muhai, ambos da província de Maputo. O jovem Dinís Muhai que se sagrou vencedor do concurso na modalidade de Poesia com a obra intitulada “Rascunhos para uma comunicação improvável”, disse ao @ Verdade que nunca teve a pretenção de publicar um livro, mas também nunca conseguiu parar de escrever. “A escrita ela simplesmente acontece, participei neste concurso devido à pressão das pessoas próximas de mim que sempre souberam como escrevo”. Com um percurso na escrita iniciado em 1993, o jovem hoje com 35 anos de idade, diz ter sido motivado a escrever pelo facto de ter convivido com vários escritores moçambicanos durante a infância e por se ter familiarizado com uma grande biblioteca que o seu pai tinha.

 

É técnico médio de estradas e pontes, está a fazer curso superior em Direito e encontra-se a trabalhar como editor de imagem e realizador. Dinis justifica o nome que dá título à sua obra explicando que “todo o processo de transmissão de conhecimento é uma comunicação sempre improvável, porque as palavras nunca são suficientes para estabelecer a comunicação efectiva”. “Rascunhos para uma comunicação improvável” de 86 páginas, é constituido por três capítulos e é uma viagem para a poesia surrealista dos anos ´20 a ´60. Já o jovem José Carquete, vencedor do concurso na modalidade de Conto, teve a oportunidade de lançar o romance intitulado “Os condenados da terra”. Nesta sua primeira incursão em termos de livro, Carquete traz em 88 páginas o retrato do dia –a- dia do grande Moçambique, incluindos os grandes dramas sociais que tem a ver com a fome, a prostituição e a degradação dos valores culturais. Entre os prémios já conquistados por este jovem destacam- se: Petromoc e ISPU na modalidade de Poesia, Prémio Jovens Criadores da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa) na modalidade de Conto, Menção Honrosa no concurso literário 100 anos da Minerva Central. “Sentença de Muzondhi”, “Miséria do Pensamento” e “O Regresso à Pátria” são algumas das estórias que podem ser lidas em “Os condenados da terra”. Para o autor, o romance marca o início da chegada de várias obras, até porque já tem alguns contos inéditos na manga. Carquete é licenciado em Relações Internacionais e Diplomacia pelo ISRI (Instituto Suparior de Relações Internacionais) e é docente. As duas obras foram editadas sob a chancela da AEMO (Associação dos Escritores Moçambicanos) e, segundo Jorge de Oliveira, dirigente daquela agremiação de escribas, já se encontram nas livrarias. Os critérios para a atribuição dos prémios são a criatividade, conteúdo, linguagem e a forma. Para além da publicação em livro das obras seleccionadas, atribui-se valores monetários para os melhores originais por cada uma das modalidades premiadas, nomeadamente Romance no valor 40 mil meticais e Poesia no valor de 25 mil meticais. Nesta última edicão a avaliação das obras esteve à cargo de Gilberto Matusse, Aurélio Furdela e Sangari Okapi.

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