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Benjamin Netanyahu volta a ser primeiro-ministro de Israel

Benjamin Netanyahu, líder do partido Likud, voltou a ocupar o cargo de primeiro-ministro de Israel nesta terça-feira, comprometendo-se diante do Parlamento a negociar a paz com os palestinos – sem, no entanto, mencionar a criação do Estado independente que pleiteiam.

O novo gabinete, predominantemente marcado pela presença da direita, apesar da participação de cinco ministros trabalhistas, tem causado preocupação na comunidade internacional, que teme o fim do já cambaleante processo de paz com os palestinos, e até mesmo a intesificação da colonização judaica na Cisjordânia.

Na sessão de posse na Knesset, 69 dos 120 deputados israelenses votaram pela aprovação do novo governo. Em seguida, Netanyahu e seus ministros fizeram os respectivos juramentos.

O governo de coligacão, que contará com 30 ministros, é o mais amplo da história política de Israel. Enquanto a pasta da Defesa permanecerá ocupada pelo líder trabalhista Ehud Barak, que aceitou integrar o governo de Netanyahu apesar da oposição de vários membros de seu partido, a das Relações Exteriores ficará com Avigdor Lieberman, líder da formação de ultradireita Israel Beitenu, conhecido por suas declarações anti-árabes.

No seu discurso de posse, o novo chefe do governo, de 59 anos, que já foi primeiro-ministro entre 1996 e 1999, falou sobre a ameaça nuclear iraniana e propôs o autogoverno dos palestinos, sem, entretanto, sugerir meios de fazê-lo.

“Eu digo aos dirigentes da Autoridade Palestina: se vocês realmente querem a paz, é possível alcançar a paz. O governo, sob minha direção, trabalhará para alcançar a paz em três níveis: econômico, político e de segurança”, declarou Netanyahu.

‘Bibi’, como é conhecido, afirmou ainda que, dentro de um “acordo definitivo”, os palestinos “terão à sua disposição todo o direito de governarem a si mesmos, com exceção daqueles que podem representar um risco para a segurança e a existência do Estado de Israel”.

Ao apresentar seu novo gabinete, Netanyahu evitou mencionar a criação de um Estado palestino independente, idéia que sequer consta de seu programa de governo. “Estas declarações são um início não muito alentador por parte deste governo”, disse à AFP Nabil Abu Rudeina, porta-voz do presidente da

Autoridade Palestina, Mahmud Abbas. “A administração americana precisa pressionar o governo de Netanyahu para que ele se atenha aos fundamentos do processo de paz, ou seja, a paz em troca de território. Isso significa a restituição de todos os territórios palestinos ocupados em 1967, incluindo Jerusalém Oriental”, acrescentou.

Em Gaza, um representante do grupo radical islâmico Hamas, Mushir Al Masri, indicou que Netanyahu “deve perceber que não tem outra opção senão reconhecer os direitos do povo palestino, aceitar uma retirada total dos territórios ocupados e a volta dos refugiados”.

Netanyahu também fez um ataque ao Irão, alertando sobre a possibilidade de que o “regime radical” de Mahmud Ahmadinejad consiga fabricar a bomba atômica. “O povo judeu aprendeu a lição, não pode abaixar a cabeça diante de ditadores que ameaçam destrui-lo.Ao contrário do que aconteceu no século passado, hoje em dia temos meios para nos defender”, afirmou.

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