O governo moçambicano e o sector produtivo estabelecido no Parque Industrial de Beluluane estão a estudar mecanismos viáveis para rentabilizar o Instituto Industrial e Comercial “Armando Emílio Guebuza, localizado na província de Maputo, sul do país.
Este estabelecimento de ensino, também conhecido por Instituto Industrial e de Computação Armando Emílio Guebuza, foi construído entre 2005 e 2006, através de um financiamento da Mozal (mega-projecto de Fundição de Alumínio), calculado em mais de três milhões de dólares.
Actualmente, aquele estabelecimento de ensino técnico profissional lecciona cursos de manutenção industrial nas áreas de mecânica e electricidade.
Pretende-se, segundo o Ministro da Educação, Zeferino Martins, criar condições para que o Instituto responda, cada vez mais, as necessidades das empresas estabelecidas naquele parque industrial e outras zonas, em termos de recursos humanos devidamente qualificados, para fazer frente às exigências do mercado na actualidade.
Foi com intuito de se inteirar das condições materiais e humanas, bem como do tipo de parcerias existentes que o Ministro visitou o Instituto, que conta com um modelo de gestão diferente de qualquer outro estabelecimento de ensino técnico profissional no país.
Com efeito, funciona naquele Instituto Industrial um Comité de Gestão, composto por representantes do sector produtivo estabelecidos no Parque Industrial de Beluluane, tendo a frente a Mozal, a patrocinadora daquele estabelecimento de ensino.
Durante a visita, Martins reuniu-se com os representantes do sector produtivo de Beluluane com quem debateu mecanismos para reforçar a parceria para o benefício de todas as partes.
Segundo o Ministro, dentro desta parceria, o sector produtivo local poderia utilizar as instalações, equipamento e todas as condições existentes no Instituto para a formação, capacitação e reciclagem dos seus trabalhadores, através de cursos de curta ou média duração.
“Queremos que estes cursos de curta duração e intensivos tenham reconhecimento no quadro de qualificações. Quer dizer, o trabalhador não pode fazer curso para depois não ter qualquer significado na sua carreira profissional. Os cursos que os trabalhadores fazem em função dos conteúdos e do número de horas deveriam ser referenciados no seu quadro de qualificações”, explicou. Para o Ministro, este modelo de formação pode permitir ao trabalhador atingir “qualificações inteiras ou parciais”.
Neste contexto, disse Martins, as empresas sedeadas na zona poderiam fornecer ao Instituto algum equipamento que, embora funcional, tenha sido retirado do seu circuito operativo, o qual poderia servir para as aulas práticas dos estudantes. É possível reforçar essa nossa parceria, com benefício mútuo”, destacou Martins falando durante um breve encontro que manteve com os representantes do sector produtivo.
Outras linhas de parceria, segundo propôs o Ministro, tem a ver com a necessidade de os finalistas do Instituto estagiarem nas empresas daquele parque industrial e, por outro lado, técnicos e outros quadros das empresas em referência poderem orientar aulas ou palestras no Instituto.
Os participantes no encontro foram receptivos a esta iniciativa, vincando que estão abertos para continuar a colaborar com o governo e com o Instituto, em particular dentro daquilo que as partes considerarem necessário.
Ainda sobre o modelo de gestão, o Ministro disse ser uma experiência que o governo pretende levar para outros institutos industriais, comerciais e agrários para que estes se relacionem com as empresas que estão a sua volta e ao seu ambiente de trabalho.
“Portanto, as empresas que estão representadas nos órgãos de gestão e de direcção da instituição de formação é um primeiro passo para aumentar a empregabilidade”, disse.
Estas iniciativas estão plasmadas no programa de Reforma de Educação Profissional, actualmente em curso no país, que tem como enfoque o envolvimento e participação efectiva do sector produtivo nos diversos níveis de tomada de decisão, gestão e financiamento do Sistema de Educação Profissional.