Após um prolongado impasse, a Bélgica conseguiu na segunda-feira formar uma coligação de governo que prometeu uma recuperação financeira do país e a mais abrangente reforma em várias décadas. Elio di Rupo será o primeiro chefe governo de origem francófona na Bélgica desde 1979, e o primeiro da região da Valônia desde 1974.
Será também o primeiro filho de imigrantes e o primeiro homossexual assumido a ocupar o cargo.
O eleitorado flamengo, que tende a ser mais conservador, já havia manifestado restrições a ser governado por um socialista francófono, com domínio limitado do idioma holandês.
O governo, que já perdeu um ano e meio dos seus quatro anos mandato, terá um gigantesco acordo de 180 páginas para implementar. Isso inclui transferir poderes de Bruxelas para as regiões, como quer a maioria flamenga (de língua holandesa), e possivelmente refazer um orçamento que, segundo economistas, se baseou em uma expectativa de crescimento otimista demais.
O novo governo preserva vários ministros do gabinete interino de Yves Leterme, mas em pastas diferentes. O democrata-cristão Steven Vanackere será o ministro das Finanças, e o liberal francófono Didier Reynder será o chanceler – uma simples troca de pastas.