As transações nas contas da Costa do Marfim no Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) apenas serão autorizadas aos representantes designados pelo Governo de Alassane Ouattara, reconhecido pela comunidade internacional como vencedor das eleições presidenciais de 28 de Novembro último neste país, segundo uma decisão do Conselho dos Ministros das Finanças da União Económica e Monetária Oeste-Africana (UEMOA) de que depende a primeira instituição.
Esta decisão tomada pelo Conselho dos Ministros das Finanças da UEMOA, no termo duma reunião extraordinária quinta-feira em Bissau, a capital bissau-guineense, visa levar o Presidente ivoiriense cessante, Laurent Gbagbo, a reconhecer a sua derrota face a Alassane Ouattara e a deixar o poder, sublinha um comunicado da UEMOA transmitido sexta-feira à PANA.
No termo da segunda volta das presidenciais de 28 de Novembro último na Costa do Marfim, a Comissão Eleitoral Independente (CEI) proclamou a vitória do antigo primeiro-ministro Alassane Ouattara, enquanto o Conselho Constitucional declarou o Presidente cessante Laurent Gbagbo vencedor deste escrutínio, depois de ter anulado vários milhares de votos no feudo do candidato da oposição.
Os dois candidatos juraram enquanto Presidente da República e cada um deles formou o seu Governo. Mas a Organização das Nações Unidas (ONU), a União Europeia, a União Africana, e as organizações regionais oeste-africanas apenas reconhecem como legítimo o Governo de Ouattara, entricheirado num hotel de Abidjan.
A repressão, pelo Exército a mando de Laurent Gbagbo, de manifestações que começaram quinta-feira passada em Abidjan e no interior do país, ao apelo de Guillaume Soro, primeiro-ministro do Governo de Alassane Ouattara e chefe da rebelião das Forças Novas, fizeram 173 mortos, segundo a ONU.