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Batelão “Cuácua” naufragou por avarias mecânicas

Foram precisos quase quarenta dias para que as primeiras causas do naufrágio do Batelão “Cuácua”, ocorrido a 24 de Abril passado, na rampa do rio dos Bons Sinais, fossem conhecidas.

Um documento da direcção provincial dos Transportes e Comunicações da Zambézia, denominado “Informe sobre o naufrágio da embarcação Cuácua”, mostra que foram várias as causas que levaram ao naufrágio de uma embarcação que custou cerca de 850 mil dólares norte-americanos, cerca de 22.950, 00 meticais, aos cofres do Estado moçambicano.

De entre as várias causas, ressalta o facto de que, por muito tempo, fazendo travessia Quelimane-Inhassunge e vice-versa, o batelão “Cuácua” funcionava com um motor, dos dois existentes, porque o outro encontrava-se avariado.

O referido motor encontra-se do lado esquerdo e, aquele dia, quando tudo estava pronto para efectuar uma viagem a Inhassunge com cerca de 51 passageiros, e, devido à corrente da maré enchente, a embarcação foi empurrada pela corrente da água, ficando presa uma das balizas da porta da rampa do barco num dos pilares do cais flutuante do Porto de Pescas de Quelimane.

O mesmo documento acrescenta que esta avaria de um dos motores nunca foi reportada às autoridades da Administração Marítima da Zambézia, gestora da embarcação.

Por outro lado, aponta-se o erro humano como sendo uma das causas, mas sem grande relevância.

Socorros prestados

Quando naquela tarde, por volta das 13horas, o “Cuácua” começou a fazer das suas mesmo antes da partida para Inhassunge, a tripulação solicitou socorro para o reboque à embarcação “Lualua”, o capitão da mesma simplesmente recusou-se a faze-lo.

Houve um esforço de retirar com vida os cerca de 51 passageiros que se encontravam na embarcação. E não só, parte da tripulação de Lualua trouxe um berbequim para cortar a baliza presa do “Cuácua”, só que este apoio ficou reduzido a nada, porque o anterior pedido feito poderia ter sido o melhor e evitaria danos avultados.

E, este dia, pode-se ver neste mesmo documento que o tempo estava bom e não havia ventos fortes.

Situação actual

Neste momento, o governo da Zambézia está de mãos atadas, porque não tem dinheiro suficiente para reflutuar o “Cuácua” que está debaixo da água. As empresas contactadas apresentaram propostas orçamentais chorudas que não tem cabimentos no seio do governo.

Há dois dias, quando o Diário da Zambézia perguntou o director provincial dos Transportes e Comunicações, Alberto Manharage se o batelão solicitado de Sofala para substituir o “Cuácua” já havia chegado, este disse que não tem dinheiro para concretizar esta operação, por isso, a população ainda vai ter que contentar-se com os barcos pequenos.

Refira-se que o batelão “Cuácua” tinha a capacidade de 80 passageiros e tinha uma tripulação de 4 marinheiros, cujo um deles foi aquele que morreu neste incidente marítimo.

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